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Conheça o trabalho de artesãs que reinventam uma técnica antiga

A arte ganhou uma nova identidade nas mãos das duas arquitetas por trás da marca Arte da Loba



Créditos da imagem: Divulgação/Arte da Loba
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Redação Sou BH
21/01/19 às 14:13
Atualizado em 01/02/19 às 19:01

Izabela Ventura

Ao pensar em bordado, muita gente lembra das vovós em suas cadeiras de balanço, cercadas por linhas e panos, tomando chá e comendo bolo. Mas bordar é uma arte, e muito atual, diga-se de passagem. Em BH, duas amigas estão provando que, além da beleza, as peças artesanais podem ser instrumento de empoderamento.

Adriana Silveira e Débora Dornelas são arquitetas e paisagistas. Se conheceram numa pós-graduação, mas se aproximaram mesmo nos intervalos das aulas, quando Adriana levava alguns bordados pra fazer. O interesse, ela realmente adquiriu com a avó, quando era criança, mas a vontade de mexer com as agulhas e o ponto cruz acabou se perdendo com o tempo.

Há cerca de três anos, Adriana conheceu alguns tipos de bordados mais modernos, e fez um curso on-line. Mas Débora a incentivou a tornar o hobby um negócio. Juntas, elas criaram a marca Arte da Loba, e vendem os produtos no Instagram.

E como toda arte precisa de uma identidade própria, as arquitetas escolheram o empoderamento feminino como temática e reproduzem o tema em palavras e imagens bem-humoradas.  Frases como ‘a cada dia ela é mais dela e menos o que esperam dela’ estampam bastidores (suportes para bordar) e flâmulas, com técnicas em bordado e aquarela.

Frase: 'quem controla o mundo? Garotas'. Foto: Divulgação/Arte da Loba

O trabalho e os desenhos são inspirados no livro Mulheres Que Correm com os Lobos, que aborda o resgate do autoconhecimento, da intuição e da valorização da mulher. Também há espaço para desenhos e temas variados, como romance, animais, filmes/séries, entre outros.

Foto: Divulgação/Arte da Loba

Depois que o negócio começou, Débora se animou e também aprendeu bordado. Na cidade de Miradouro na Zona da Mata mineira, fez um curso com bordadeiras e, além de planejar o negócio, tomou gosto pela arte. “Bordar exige paciência e disciplina, mas é muito prazeroso. Como demanda tempo, é preciso planejar bem uma peça antes de começar a fazê-la”, conta Débora.

As sócias apostam num crescimento do negócio neste ano, como fruto de um programa de aceleração de pequenos produtores, que fizeram ano passado. “Quem sabe, em 2019, possamos melhorar alguns pontos e introduzir novidades, como uma oficina de bordado, ou parcerias com marcas de vestuário”, diz Adriana. Para ela, o maior orgulho mesmo é ver a satisfação da avó, dona de Lourdes, de 97 anos, vendo o tanto de bordado bonito que a neta faz.

“Minha avó acha esse trabalho maravilhoso, e sabe que a raiz disso veio dela. Muito lúcida, ela me acompanha pelo Whatsapp e no Instagram. Me dá muito prazer fazer e mostrar pra ela meus bordados. É minha maior fã.”