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Brasil registra cerca de 1.200 espécies da fauna sob risco de extinção

A pesquisa contou com a participação de centenas de pesquisadores e mostra que outras 300 espécies podem ter a sua existência ameaçada



Créditos da imagem: Vladimir Wrangel/Shutterstock
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Redação Sou BH
28/01/19 às 17:28
Atualizado em 28/01/19 às 17:28

Detentor do maior sistema fluvial do mundo e da mais expressiva variedade de anfíbios e primatas, o Brasil contabiliza atualmente 1.173 espécies da fauna sob risco de extinção. Outras 318, embora não estejam prestes a desaparecer, também têm a existência ameaçada. 

A informação está no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção 2018 (que você pode acessar aqui). A obra é resultado de um estudo que contou com a participação de 1.270 pesquisadores e que foi divulgado na última semana pelo Instituto de Conservação da Biodiversidade Chico Mendes (ICMBio). 

Diferindo do mais antigo levantamento nacional já registrado, realizado em 1968, o livro aborda, de forma inédita, o risco de extinção da vida animal no Brasil, uma vez que abrange todos os vertebrados que existem no país. Se considerada somente essa parcela, o total de espécies chega a quase 9 mil.

Com 4.200 páginas, a nova edição da lista dá continuidade a relatórios produzidos em 2003, 2004, 2005 e 2008. Além disso, atualiza algumas das nomenclaturas de espécies anteriormente empregadas nesses documentos.

Ao comparar dados do livro de 2008 com a edição mais nova, é possível notar que 716 espécies animais do território brasileiro entraram para a lista daquelas consideradas sob ameaça de extinção, enquanto 170 deixaram de integrá-la. 

Segundo o ICMBio, ao longo de todos esses anos, a quantidade de espécies ameaçadas só cresceu. Da lista da década de 1960, por exemplo, constavam 44 espécies nessa condição, incluindo mamíferos, aves e répteis, e ainda 13 da flora brasileira. Desse total, 30 ainda são mencionadas no livro atual.

Outro ponto importante é que a Mata Atlântica é o bioma que apresenta maior número de espécies ameaçadas, tanto em números absolutos quanto em proporcionais à riqueza dos biomas. Do total de espécies ameaçadas do Brasil, 50,5% se encontram na região, sendo que 38,5% são próprias desse bioma.

Conservação

No livro, o ICMBio lembra que as unidades de conservação (UC) são o instrumento de proteção do habitat mais utilizado no país, hoje em dia. "Ao final de 2017, o Brasil tinha um total de 1.544.833 quilômetros quadrados de áreas protegidas, ou 2.029 unidades de conservação em todo o país, 325 delas geridas pelo Instituto Chico Mendes. Das espécies ameaçadas de extinção, 732 têm ocorrência registrada em unidades de conservação, das categorias previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)", escreve a autarquia em trecho do livro. 

O ICMBio lembra ainda que, apesar do papel que as unidades de conservação vêm desempenhando, a preservação da biodiversidade não pode depender somente delas, sendo necessário desenvolver "uma matriz de conservação". O instituto aponta as atividades feitas no âmbito dos planos de Ação Nacional para a Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção (PAN) e os planos de Redução de Impactos à Biodiversidade causados por Atividades Antrópicas (PRIM), que ainda estariam sendo estruturados.

Conforme a publicação, foram implementados, até o momento, 60 PANs em conjunto com o Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Planos que beneficiaram 700 espécies ameaçadas, das quais 526 são espécies de vertebrados, 87 de invertebrados e 91 da flora. 

Com Agência Brasil