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'Carta aberta' defende a manutenção de shows e eventos no Mineirão

Skank, Jota Quest, Pato Fu e Milton Nascimento participaram do apelo



Créditos da imagem: Agência I7
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O MPMG ajuizou Ação Civil Pública no último dia 14 de outubro com pedido de tutela de urgência requerendo que a Minas Arena seja proibida de realizar atividade de casa de shows e eventos não esportivos no Mineirão até que obtenha a licença ambiental e alvará de localização e funcionamento para esse tipo de atividades
Redação Sou BH
19/10/22 às 16:19
Atualizado em 19/10/22 às 16:19

Produtores de eventos, empresários, artistas, fornecedores e entidades representativas da música, da cultura e do turismo de Minas Gerais divulgaram, nesta quarta-feira (19/10), uma "carta aberta" contra o pedido feito à Justiça, pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), de proibir shows e eventos que não sejam esportivos no Mineirão, na Pampulha. 

"Num momento de retomada do setor, após dois anos e meio sofrendo as consequências da pandemia de Covid-19, a atitude intempestiva de silenciar o maior palco de shows do Estado é um ato inadmissível e de efeitos incalculáveis para as artes, para a economia e para o turismo mineiro. Estudo do Ipead, realizado no ano de 2019, mostrou que os eventos promovidos pelo Mineirão foram capazes de movimentar R$ 948 milhões na economia mineira e criar quase 6 mil empregos no ano", traz um trecho da carta.

A ação do MPMG também pede que o Município de Belo Horizonte seja condenado a se abster de conceder licenças para  eventos e shows no Mineirão com base na Lei Municipal 9063/2005, uma vez que, segundo o MPMG, está comprovado que o licenciamento simplificado adotado não está sendo eficiente para controlar a poluição sonora provocada no local. 

De acordo com a "carta aberta", o Mineirão tem agenda divulgada para os próximos meses, com ingressos vendidos e à venda, e cita o show de encerramento da carreira do cantor Milton Nascimento, agendado para o próximo dia 13 de novembro.  

"E se já não bastasse, é desrespeitoso e desumano colocar em xeque – apenas para ficar em um exemplo – o último show da carreira do cantor e compositor Milton Nascimento, ícone da Música Popular Brasileira, marcado para o dia 13 de novembro. É de igual forma temerário e insensato desvirtuar o planejamento de milhares e milhares de fãs deste ou daquele cantor ou estilo musical que lá se apresentará nas próximas semanas".

Leia na íntegra:

"Não se cala um Gigante assim. Nós, produtores de eventos, empresários, artistas, fornecedores e entidades representativas da música, da cultura e do turismo de Minas Gerais, que assinam abaixo, estamos surpresos e indignados com as notícias veiculadas pela imprensa acerca de uma Ação Civil Pública, movida pelo Ministério Público de Minas Gerais, que pede a proibição de eventos no estádio do Mineirão.

Num momento de retomada do setor, após dois anos e meio sofrendo as consequências da pandemia de Covid-19, a atitude intempestiva de silenciar o maior palco de shows do Estado é um ato inadmissível e de efeitos incalculáveis para as artes, para a economia e para o turismo mineiro. Estudo do Ipead, realizado no ano de 2019, mostrou que os eventos promovidos pelo Mineirão foram capazes de movimentar R$ 948 milhões na economia mineira e criar quase 6 mil empregos no ano.

E aqui, faz-se, de antemão, a ressalva de que a comunidade do entorno do estádio deve ser sim acolhida nos seus direitos perante à lei para não ser perturbada com ruídos além dos limites estabelecidos pela norma. É justa e cabível a reclamação, se assim o poder público, com seus instrumentos legais de fiscalização, controle e concessão de licenças, verificar. Estranha-se, no entanto, que os caminhos do diálogo sejam colocados de lado por uma atitude que, antes mesmo de um parecer da Justiça, já traz temor e inquietude aos frequentadores e aos demais entes do segmento.

O Mineirão tem agenda divulgada para os próximos meses, com ingressos vendidos e à venda, e o compromisso dos produtores com fornecedores e prestadores de serviço. Além de prejuízos comerciais e contratuais – já acertados ou os que viriam a ocorrer –, o reflexo foi percebido de imediato, com uma avalanche de questionamentos nas redes sociais de toda a cadeia produtiva.

E se já não bastasse, é desrespeitoso e desumano colocar em xeque – apenas para ficar em um exemplo – o último show da carreira do cantor e compositor Milton Nascimento, ícone da Música Popular Brasileira, marcado para o dia 13 de novembro. É de igual forma temerário e insensato desvirtuar o planejamento de milhares e milhares de fãs deste ou daquele cantor ou estilo musical que lá se apresentará nas próximas semanas.

Esta carta é um manifesto pelo Mineirão mas, essencialmente, pela cidade de Belo Horizonte, que, aos poucos, volta aos trilhos do turismo de negócio, dos festivais musicais e de atrações internacionais, antes limitadas ao eixo Rio-São Paulo. Um povo festeiro e hospitaleiro como o mineiro merece um lugar grandioso para extravasar seus anseios.

O Mineirão não é meu, não é seu. O Mineirão é nosso, como cantam as torcidas há mais de 50 anos. Ele é patrimônio do Estado de Minas Gerais, hoje, administrado pela iniciativa privada. Palco de craques do futebol e, cada vez mais, de artistas da música. Tornou-se multiuso e eclético, com espaços para diferentes paixões.

Faz parte da rota do entretenimento de Minas Gerais. Que emociona, que diverte, que emprega milhares de pessoas, direta e indiretamente. O Mineirão é um instrumento de cultura belo-horizontina e uma roda gigante da economia mineira, junto com outros equipamentos. Fez e faz acontecer. Realiza sonhos. Promove espetáculos. Pulsa na veia de quem o desfruta. É parte da minha, da sua, da nossa vida. Tem história e merece respeito. Queremos diálogo. O pleito de proibir é radical. Precisamos construir pontes e não fechar portas"

Veja quem assinou:

  • Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH)
  • Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais (ABAV)
  • Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel)
  • Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE)
  • Associação de Marketing Promocional (Ampro)
  • Associação Mineira de Eventos e Entretenimento (AMEE)
  • Câmara de Dirigentes Lojistas de BH (CDL-BH)
  • Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur)
  • A Macaco Indústria Criativa
  • All Star Tenders
  • Belo Horizonte Convention &Visitors Bureau
  • Box Entretenimento
  • Central dos Eventos
  • Company Events
  • Do Brasil Live
  • Épico Eventos
  • Festival Aproxima
  • Híbrido comunicação e cultura
  • Horta Produções & Eventos
  • Hotel Ouro Minas
  • Irmarfer Brasil
  • Jota Quest
  • LS Produções
  • Lspro
  • LsproLog
  • Lucs Promoções
  • Malab Produções
  • Milton Nascimento
  • Minascentro
  • NaSala
  • Nenety Eventos
  • Nó de Rosa Produções
  • OTM Produções
  • Palácio das Mangabeiras
  • Pampa Elétrica
  • Pato Fu
  • RG Produções
  • Secreto
  • SINDIPROM-MG
  • Skank
  • Somtec
  • Sympla
  • Tim Soier Promoções
  • Trio Produtora
  • USINA DE EVENTOS