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Casa Fiat de Cultura traz a BH obras inéditas do paisagista José Pancetti

Exposição fica em cartaz entre os dias 3 de setembro e 17 de novembro



Créditos da imagem: Farol da Barra, 1954 - Foto Rômulo Fialdini
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Obra Farol da Barra (1954), do paisagista José Pancetti, integra mostra da Casa Fiat de Cultura
Pedro Grossi
29/08 às 13:42
Atualizado em 29/08 às 13:42

A mostra 'Pancetti: o mar quando quebra na praia…', que traz 46 pinturas do paisagista brasileiro José Pancetti, entra em cartaz na Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, 10 - Lourdes) no dia 3 de setembro (terça-feira). Dentre os destaques da exposição, uma das últimas produções de Pancetti: a inacabada 'Composição - Bahia Interior o meu atelier, Itapoan', que pertence à família do artista e nunca foi exposta. A mostra contará também com um documentário inédito realizado por Ula Pancetti, neta do artista, além de uma cronologia ilustrada e uma instalação imersiva, que reúne músicas de Dorival Caymmi, grande amigo de Pancetti, imagens e sons do mar. 

A mostra fica em cartaz até dia 17 de novembro. A Casa Fiat de Cultura funciona de terça a sexta, das 10h às 21h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. A entrada é gratuita. 

Obras do paisagista José Pancetti

Filho de imigrantes italianos, José Pancetti foi pintor, escultor, desenhista e gravador.  Também foi pintor de paredes e militar da Marinha Brasileira – ofício que influenciou fortemente a sua obra e a relação com o mar. Nasceu em Campinas (SP), mas logo cedo se mudou para São Paulo. Seu pai era pedreiro, mestre-de-obras e músico e a mãe era camponesa. Por causa das dificuldades financeiras, foi enviado à Itália, ainda jovem, onde ingressou na Marinha Mercante. A infância difícil e as privações da adolescência deixaram marcas profundas na personalidade e na saúde de Pancetti, assim, o ingresso na Marinha Brasileira foi um alívio para as suas atribulações. Morreu no Rio de Janeiro aos 55 anos. 

Entre as obras da mostra, o público poderá apreciar “Auto-vida” (1945), autorretrato emblemático de Pancetti, em que o artista mescla realidade, imaginação e ironia; “Retrato de Francisco” (1945), que mostra um menino negro tendo ao fundo a paisagem de um morro de São João del-Rei, cidade onde o artista viveu uma temporada; “O Chão” (1941), obra que deu ao artista o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão de Belas Artes; “Praça Clóvis Bevilacqua” (1949),  obra pintada das janelas do Palacete Santa Helena, local onde dividiam o ateliê os artistas Volpi, Rebolo, Mário Zanini, Manoel Martins, entre outros; “Floresta, Campos do Jordão, SP” (1944), cidade onde o artista passou algumas temporadas para tratamentos de saúde e que é frequente em sua obra; “Pescadores” (1956), obra incomum na produção de Pancetti, que retrata a pesca do xaréu, em Salvador; “Lagoa do Abaeté” (1952), obra que retrata o encanto do artista pela cor das águas, da areia e dos panos das lavadeiras; “Paisagem de Itapuã” (1953), obra emblemática de Pancetti, que deu início à Coleção Gilberto Chateaubriand, uma das mais importantes do país. 

As obras provêm de coleções privadas de instituições do Brasil:  Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu de Arte Brasileira da FAAP.

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