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Cintura Fina, símbolo na luta LGBT+, é reconhecida como Cidadã Honorária de BH

No final da década de 1990, sua história ficou conhecida nacionalmente através da minissérie Hilda Furacão, da TV Globo



Créditos da imagem: Divulgação
Main cintura fina   foto dos autos   25 07 1953
Travesti, negra, cearense, pobre e órfã, Cintura foi cozinheira, faxineira, lavadeira, gerente de pensão, profissional do sexo, alfaiate, cabeleireira e gari
Redação Sou BH
17/12/21 às 09:37
Atualizado em 17/12/21 às 09:37

Símbolo de resistência e na luta LGBT+, Cintura Fina receberá o título de Cidadã Honorária, em condição post mortem, nesta sexta-feira (17), em Belo Horizonte. A vereadora Iza Lourença foi quem fez a indicação com o objetivo de resgatar a memória do papel representado por ela nas décadas de 1950 a 1970. 

“Cintura é parte da história da cidade, do seu desenvolvimento, e como tal deve ser conhecida. Essa é uma forma de honrar sua memória e de tantas mulheres trans e travestis que resistem nesta cidade. Vamos contar a verdadeira História de BH”, defende Iza.

Aos 20 anos, Cintura Fina começa sua trajetória em Belo Horizonte, em 1953. Travesti, negra, cearense, pobre e órfã, Cintura foi cozinheira, faxineira, lavadeira, gerente de pensão, profissional do sexo, alfaiate, cabeleireira e gari. Uma figura ambígua e vibrante, aprendeu a se defender da transfobia permanente que sofria utilizando navalhas. Foram muitas as situações em que recorreu a essa arma contra seus agressores. Foi dessa forma que ganhou a alcunha de “rei da navalha” pela imprensa. “Cintura foi resistência em uma sociedade conservadora, no país que mais mata pessoas trans no mundo, cuja expectativa de vida é de 35 anos”, conta Iza. Cintura morreu em 18 de fevereiro de 1995, aos 62 anos.

No final da década de 1990, sua história ficou conhecida nacionalmente através da minissérie Hilda Furacão, da TV Globo. Recentemente, a disponibilização da minissérie na plataforma Globoplay acendeu uma polêmica por sua personagem ter sido interpretada pelo ator Matheus Nachtergaele, um homem branco e cis. Também pela publicação do livro Enverga, mas não quebra: Cintura Fina em Belo Horizonte, escrita pelo pesquisador Luiz Morando.