Companhia carioca Amok discute emergência climática em espetáculo Furacão

Espetáculo, inédito em BH, fica em cartaz de 18 a 20 de outubro no Galpão Cine Horto

Créditos da imagem: Renato Mangolin
Peça Furacão, que entra em cartaz no Galpão Cine Horto, discute as consequências do Furacão Katrina, que devastou o sul dos Estados Unidos em 2005
Pedro Grossi
30/09 às 13:22
Atualizado em 30/09 às 13:22

Entre os dias 18 e 20 de outubro (sexta a domingo), a premiada companhia carioca Amok Teatro apresenta em BH a peça 'Furacão'. Baseado na obra homônima do premiado escritor francês Laurent Gaudé, o espetáculo traz uma personagem da comunidade de Nova Orleans diante dos desdobramentos do furacão Katrina, que devastou o sul dos Estados Unidos em 2005. O espetáculo acontece no teatro do Galpão Cine Horto (rua Pitangui, 3613 - Horto) dias 18 e 19 de outubro (sexta e sábado), às 20h e, no domingo, 20, em duas sessões, às 17h30 e às 20h.  Ingressos a R$30 e R$15 (meia), na bilheteria do teatro ou pela Sympla.


Em paralelo à temporada, o espetáculo também será apresentado em comunidades do Quilombo Arturos (Contagem), dia 16 de outubro (quarta-feira), às 19h, e do Quilombo Souza (BH), dia 17 de outubro (quinta-feira). Ainda nas comunidades, será realizada a oficina "Olelê- Brincando Bantu", com o músico e arte- educador Fabio Mukanya, que propõe às crianças, um mergulho nos saberes da cultura Bantu. 

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Furacão

"'Furacão' fala sobre o racismo ambiental e sobre o peso da desigualdade em momentos de tragédia. Uma narrativa que mistura a gravidade do trágico com a doçura da fábula, para exaltar a beleza comovente daqueles que, apesar de tudo, permanecem de pé”, explica a fundadora do Amok Teatro, Ana Teixeira, que assina a direção e adaptação do texto de Laurent Gaudé, ao lado do parceiro Stephane Brodt.

Diante de tudo o que tem acontecido com o planeta, sobretudo nas últimas semanas, a artista afirma: “precisamos olhar de frente para o problema da emergência climática. Não basta fiscalizar e punir. Precisamos de programas de reflorestamento, de recuperação dos biomas. Nossos filhos estão sem futuro e isso é muito grave. A sociedade está distraída. Estamos assistindo a falência do planeta, a um genocídio em Gaza, outro no Congo e parecemos anestesiados. O teatro tem essa capacidade de resgatar nossa humanidade, exercitar a empatia, de não nos deixar esquecer da fragilidade da vida”, diz.

Com fortes referências da cultura e música negra de Nova Orleans, nos Estados Unidos, onde se ambienta o romance de Gaudé sobre os sobreviventes do Katrina, o espetáculo FURACÃO coloca, em cena, uma poderosa personagem feminina – uma espécie de griot americana – alertando para a situação dos excluídos diante das catástrofes climáticas que devastam o planeta. 

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