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Uma boa ação! Conheça histórias de pessoas que saíram da zona de conforto para ajudar o próximo

Algumas iniciativas individuais podem ser tão importantes quanto grandes causas



Créditos da imagem: Divulgação/Escola Recanto do Saber
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Redação Sou BH
01/01/19 às 13:14
Atualizado em 01/02/19 às 19:48

Mais um ano termina e o que você fez? Com o espírito natalino dando lugar ao ritmo de festa do Réveillon, às vezes, aquele sentimento de solidariedade, que enche o período do Natal, fica um pouco esquecido. Ao longo de todo o mês de dezembro, com o projeto #eunoel, mostramos várias iniciativas de instituições beneficentes, focadas em ajudar o próximo (confira aqui). Mas nem só de grande ações é feita a solidariedade! Algumas histórias aqui mesmo, em BH, mostram que a época de ajudar o próximo é o ano todo e, principalmente, que iniciativas individuais podem ser tão importantes quanto grandes causas.

Uma dessas histórias de pessoas que resolveram fazer a diferença por conta própria é da jornalista Adrielle Moreira. A belo-horizontina estava saindo do trabalho, lá no Prado, região Oeste de BH, num dia de chuva em outubro. Reclamando do tempo, começou uma conversa com um homem que estava ao seu lado. O nome dele é Henrique, um catador de latinhas que, durante o papo simples sobre a chuva, acabou dividindo sua história com Adrielle.

“Eu comecei a perguntar um pouco mais sobre a vida dele. E foi aí que eu tive uma das experiências mais tocantes da minha vida. Ele me contou que, há 11 anos, a filha dele, a Elisa, levou um tiro de bala perdida no caminho para a escola e ficou paraplégica. Com 16 anos na época, ela precisou de um transplante de rim, que foi doado por Henrique. E, pela falta de um rim, ele acabou tendo que usar fraldas para o resto da vida, assim como a filha”, conta a jornalista.

Continuando a conversa e com o coração apertado, Adrielle descobriu que Henrique teve de cuidar da adolescente sozinho, pois a mulher abandonou a família depois da bala perdida. Ele também ficou desempregado, já que cuidar de Elisa demandava muita atenção. Atualmente, ele e a filha, agora com 27 anos, moram num conjunto do Minha Casa, Minha Vida em Honório Bicalho, Nova Lima, e recebem um salário mínimo do governo para cuidar de todas as despesas.


Adrielle Moreira + Thiago Moreira

Um lado bom

Foram mais de 40 minutos de conversa, e Adrielle descobriu que o catador de latinhas estava a caminho do Sesc Palladium, naquele dia chuvoso, para aproveitar as atividades culturais ofertadas no espaço. E que, mesmo com todas as dificuldades, ele sempre acreditou na importância da cultura.

“Foi uma conversa que me ensinou muito, principalmente a parar e ver os privilégios que temos. O Henrique ainda me contou que ajuda como pode em uma instituição para pessoas com câncer, seja carregando doações ou na limpeza. E é isso, uma pessoa que precisa de tanta ajuda, ainda ajuda outros”, pontua Adrielle.

Decidida a ajudar Henrique, a jornalista resolveu ajudar com as fraldas e outros produtos que ele necessita. Ela criou uma campanha em seu perfil pessoal, numa rede social, e conseguiu reunir várias doações.

“Depois que postei o texto falando da história dele no Facebook, muita gente começou a entrar em contato comigo querendo ajudar. Consegui arrecadar mais de 450 fraldas, alimentos e R$ 200. E com isso, uma amiga ficou muito sensibilizada com a história. Ela e o pai, que é professor em Araxá, fizeram um mutirão e conseguiram mais de 900 fraldas e muitos outros mantimentos”, conta Adrielle.


Divulgação/Escola Recanto do Saber

Uma outra história

Também por iniciativa própria, a pedagoga Alessandra Ragonezi arrecada roupas, alimentos e outros produtos essenciais para instituições que atendem menores na capital. Realizando gincanas e bazares na escola privada que possui, Alessandra prioriza espaços que acabam esquecidas pela sociedade.

“Hoje atendemos várias locais, vamos a vilas de BH, a instituições para portadores de câncer, lares que acolhem crianças filhas de viciados em crack e portadoras de necessidades especiais. Buscamos focar em entidades que usam recurso próprio, sem ajuda do governo e muitas vezes ocultas na sociedade”, comenta a pedagoga.

Segundo a pedagoga, a ajuda que ela e os voluntários oferecem vai além do material. Para Alessandra é importante focar no emocional também, algo que nem todos que doam querem oferecer. “As pessoas dessas instituições precisam de apoio, conversar e serem entendidas. Muitas pessoas não querem ir ao local ou conviver e ver a realidade. E a gente faz isso também, promovemos o apoio e damos carinho a essas pessoas”, compartilha.

Com o objetivo de arrecadar roupas, alimentos, suplementos para pessoas com câncer e outros produtos, a pedagoga promove um bazar, periodicamente, para levantar o dinheiro e custear os materiais. De acordo com Alessandra, muitas vezes o bazar não tem local próprio e acaba acontecendo na calçada da escola.

Quem quiser ajudar nas ações da Alessandra, ser um voluntário no bazar e em alguma das visitas feitas pela pedagoga às instituições, pode entrar em contato na Escola Recanto do Saber