10ª edição do Circuito Urbano de Arte acontece entre os dias 24 de outubro e 3 de novembro
O Circuito Urbano de Arte (CURA) divulgou o line up da sua 10ª edição, que acontece em Belo Horizonte entre os dias 24 de outubro e 3 de novembro. Este ano, a programação é composta exclusivamente por mulheres: a artista belo-horizontina Clara Valente é a anfitriã da vez e recebe a artista indígena Liça Pataxó, educadora e liderança da aldeia Muã Mimatxi, e Bahati Simoens, artista nascida no Burundi, com descendência congolesa e belga e hoje radicada na África do Sul.
Essa edição conta ainda com uma instalação brincante concebida pela arquiteta Isabel Brant, da Mutabile Arquitetura, e que será montada na Praça Raul Soares, no Centro de Belo Horizonte.
Grafiteira de longa trajetória, Clara fará sua primeira empena nesta edição. E já em sua estreia, ela fará a maior fachada cega em área já pintada do Brasil. Nascida em Belo Horizonte, ela tem inúmeros grafites realizados na cidade, já participou da criação de trabalhos dentro do CURA, como artista assistente de outras criadoras. Mas, em 2024, ela expande suas criações para um novo formato.
Bahati Simoens nasceu em Munanira (Burundi, 1992) e é filha de pai belga e mãe congolesa. Cresceu em Oostende, na costa da Bélgica e há três anos mora em Joanesburgo (África do Sul). As férias em família, as memórias e histórias de sua mãe sobre a vida no Congo estão refletidas na sua obra que apresenta figuras grandes e sem rosto, formas arredondadas, com braços, barrigas e coxas carnudos, cabeça bem pequena, corpos negros.
Em uma configuração patriarcal, as cidades foram historicamente desenhadas para o trânsito e a eficiência, ignoram as necessidades de convivência e segurança para todos os cidadãos. Para as mulheres, habitar a cidade significa reescrever suas regras, reivindicar sua presença e garantir que cada esquina, praça e avenida seja um lugar de acolhimento, proteção e liberdade.
Com o nome de BRINCACIDADE, a obra propõe transformar a Praça Raul Soares em um espaço onde as crianças possam brincar. Ao reivindicar o espaço público como um lugar de vida, a instalação desafia a lógica que prioriza os carros e o capital, propondo uma cidade pensada para as pessoas.
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