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Edifício JK recebe tombamento provisório como patrimônio cultural de BH

Parecer foi dado no dia de aniversário do arquiteto Oscar Niemeyer, que projetou o icônico conjunto de prédios


Créditos da imagem: Leandro Couri/EM/D.A Press
A edificação é considerada um importante registro da história da arquitetura belo-horizontina, uma vez que integra um conjunto de imóveis que marcaram o início de um processo específico de verticalização da cidade, caracterizado pelo uso residencial

Redação Sou BH

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16/12/21 às 07:07
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Projetado por Oscar Niemeyer, o icônico Edifício JK, no Centro, foi tombado provisoriamente como patrimônio cultural de Belo Horizonte. A  decisão foi tomada nesta quarta-feira (15), no dia do aniversário do mais famoso arquiteto brasileiro — data em que também se celebra o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista.

O tombamento provisório foi feito pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte. “O tombamento assegurará a proteção definitiva desse patrimônio, que é um marco no desenvolvimento da cidade, tem consigo uma grande bagagem histórica e faz parte do cotidiano da população que vive e passa diariamente pelo hipercentro da cidade”, destaca Gabriel Portela, secretário municipal adjunto de Cultura.

Conselheiro relator, Flávio Carsalade reforçou no parecer do Conselho Deliberativo do Patrimônio, favorável ao tombamento, que o Condomínio é “um bem cultural da mais alta importância para a cidade, que reúne matéria e significado de maneira coesa, bela e sempre presente. A força da obra é maior que os problemas que vive e viveu. Que este tombamento seja o prenúncio de novos tempos e de retomada de um curso virtuoso e de uma presença ainda mais qualificada”, afirmou.

A publicação da deliberação referente ao tombamento provisório do bem cultural será realizada nos próximos dias no Diário Oficial do Município (DOM). A partir da publicação, será expedida uma notificação ao condomínio, que tem até 15 dias após o recebimento da notificação para apresentar impugnação, caso seja de vontade dos interessados. Não havendo impugnação, na reunião ordinária do Conselho subsequente ao tombamento provisório, o CDPCM-BH delibera pelo tombamento definitivo do imóvel. No caso de impugnação, o CDPCM-BH avalia o recurso e delibera pelo tombamento definitivo ou pelo não tombamento.

Processo de tombamento

O bem cultural foi listado pelo CDPCM-BH, em 2008, como possuidor de interesse para proteção por tombamento no inventário do Conjunto Urbano Praça Raul Soares – avenida Olegário Maciel, protegido pelo município, do qual a edificação faz parte. Desde a abertura do processo de tombamento, todos os pedidos de intervenções, tanto em unidades habitacionais que compõem o Conjunto Governador Kubitschek, quanto nas áreas comuns e nas lojas localizadas no Terminal Rodoviário, são previamente aprovadas pela Diretoria de Patrimônio Cultural e Arquivo Público (DPAM) da Fundação Municipal de Cultura.

Ao longo de 2021, uma série de iniciativas conjuntas do poder público deram celeridade à construção do dossiê de tombamento do edifício, documento que explicita o valor cultural e urbanístico específicos do referido bem cultural, e estabelece seu grau de proteção e diretrizes fundamentais de proteção. Dentre elas, a criação de grupo de trabalho composto por moradores do Conjunto interessados em acompanhar e auxiliar na construção do dossiê de tombamento, além do trabalho e de pesquisas desenvolvidas por técnicos da Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura, incluindo visitas técnicas ao local, com o acompanhamento do Ministério Público de Minas Gerais.

Sobre o Conjunto Governador Kubitschek

O Conjunto Governador Kubitschek integra a paisagem urbana de Belo Horizonte desde os anos de 1950, sendo projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012), por encomenda do então governador mineiro Juscelino Kubitschek (1902-1976). Seguindo os preceitos modernistas, o Conjunto ficaria famoso na capital mineira não somente por sua grandiosidade volumétrica, mas também por ter tido uma construção tumultuada que se arrastou por décadas.

A edificação, junto de outros imóveis do entorno, é considerada um importante registro da história da arquitetura belo-horizontina, uma vez que integra um conjunto de imóveis que marcaram o início de um processo específico de verticalização da cidade, caracterizado pelo uso residencial.