Ficção e realidade: análise a partir de Coringa, filme debatido no Sou BH Talks
Pati Lisboa conversou com Luciana Carvalho, Matheus Santos e Patrcik Simon, que refletiram sobre saúde mental e outros apontamentos importantes
“A pior parte de ter uma
doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como se não
tivesse”. Essa é uma das frases mais marcantes do filme Coringa, que apresenta
um tema tão importante, a saúde mental, e também norteadora do Sou BH Talks do
último domingo (19/07), onde Patrícia Lisboa bateu um papo com a psicóloga
clínica especialista em luto, suicídio e cuidados paliativos, Luciana Carvalho;
com o psicólogo e psicanalista fundador das empresas Friends e Escutaqui,
Matheus Santos e o publicitário e professor Patrick Simon.
Os participantes ressaltaram
como o filme apresenta uma realidade tão presente em nossa sociedade, mas que
muitas vezes fechamos os olhos para sua existência, que é a negligência com a
saúde do doente mental. E ainda, como os problemas psicológicos, no momento
delicado em que vivemos, têm aumentado, e o nosso papel de escuta e acolhimento
com o outro.
Matheus Santos conta como viu
o impacto que o filme causou nas pessoas nos cinemas. “Coringa escancara o real
através da ficção. Lembra a todo mundo a possibilidade do espelhamento que a
nossa fantasia tem com a realidade que é assistida”, comenta, chamando atenção
para o fato de que o longa retrata problemas do personagem tão comuns na vida
real.
Para Patrick Simon, “Há muitos
pontos de contato com a realidade, e com o momento em que estamos vivendo. É
preciso, principalmente, ter empatia com a dor do outro”, analisa.
Luciana Carvalho ainda chama
atenção para a necessidade da sociedade e sistema de saúde tratarem a doença
mental com a mesma importância de qualquer outra doença. “Uma doença mental
mata tanto quanto, às vezes até mais, uma doença pulmonar, do coração, etc. Se
não forem tratadas, podem colocar a própria vida em risco, quanto a das pessoas
em volta”, comenta.
Muito além da ajuda
profissional, precisamos refletir o nosso papel na escuta com o outro. “Muitas
vezes, o que a pessoa adoecida precisa, não que isso vá resolver, é ser
escutada e acolhida, e depois ela vai ser encaminhada para um profissional
especializado”, concluiu Luciana.
Pati Lisboa e os participantes
ressaltaram a importância de se buscar ajuda psicológica, principalmente
durante o isolamento social.
Luciana finaliza chamando
atenção para a saúde mental dos homens, retratada na figura do personagem
central de Coringa. A psicóloga afirma que os homens têm maior dificuldade em
pedir ajuda, e assim, a saúde mental mais afetada em relação às mulheres. “Homens,
entendam que o papel de vocês não é o de que tem que dar conta de tudo, que não
pode mostrar fragilidade, isso não diminui vocês, e precisar de ajuda
profissional não é vergonha, é autocuidado com os seus e com você, finaliza.
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