Quarentena estimula pessoas a cozinharem em casa, com isso, lojas varejistas serão bastante demandadas por moradores da região
A crise do coronavírus que vem afetando a economia
não deve comprometer as vendas de Dia dos Pais do Mercado Distrital do
Cruzeiro. O centro de compras da região Centro-Sul de Belo Horizonte,
conhecido pela grande variedade de produtos (desde o comércio de frutas e
legumes até aqueles destinados à gastronomia sofisticada), espera um aumento de
20% nas vendas do Dia dos Pais em relação a mesma data do ano passado.
Segundo o empresário João Morais, proprietário de uma das 50 lojas do
espaço, a Royal Mercearia, e membro do grupo administrador do mercado,
essa perspectiva otimista é explicada, basicamente, pelo
fato do centro de compras pertencer ao grupo de atividades consideradas
essenciais, que não foram fechadas conforme o decreto da prefeitura para conter
o avanço da Covid-19 na cidade. “Como as pessoas estão em casa nesta quarentena
e, naturalmente, não poderão almoçar fora, o caminho é optar por cozinhar no
conforto do lar. Sendo assim, a demanda de clientes para as compras dos itens
do almoço de domingo vai aumentar”.
Morais também acrescenta que o Mercado do Cruzeiro
faz parte da identidade cultural de várias famílias que moram no bairro
Cruzeiro e redondezas. Com isso, muitos pais, por exemplo, criaram a
rotina de ir às compras básicas acompanhados dos filhos e netos. “É de praxe:
na semana que antecede as datas comemorativas, como essa que se aproxima, é
natural um aumento na demanda”, diz.
Além do interesse do público pelos hortifrutis,
João espera, também, que os lojistas que vendem bebidas (vinhos, cervejas e
espumantes) e carnes tenham um Dia dos Pais bastante rentável. “Esse é o Dia
dos Pais onde o cozinhar em casa será, sem dúvida, o comportamento uníssono
para todos os consumidores”. O mercado oferece kits para feijoada, peixes e
frutos do mar de qualidade, carnes porcionadas, queijos e muitas opções de
antepastos, além de produtos naturais. “É possível, ainda, montar uma bela
cesta com produtos do mercado para presentear”, sugere o administrador.
Comerciantes
estão otimistas
Proprietário da Andrade Frutas, um dos
estabelecimentos mais antigos do mercado, o comerciante Ercy Marcelino, que
herdou o negócio do pai, nutre o mesmo otimismo de João Morais em relação ao
segundo domingo de agosto. Com produtos, cujos preços variam entre R$ 1,99 a R$
2,99, ele confia na fidelidade da clientela. “Conheço muitos dos meus clientes
pelo nome. Eles estão comigo há anos. Acredito, inclusive, que o nosso
diferencial é justamente a relação próxima com o consumidor, muito rara de ser
encontrada nos estabelecimentos das grandes cidades. Esse clima de interior no
coração de uma metrópole é o encanto do ‘Cruzeiro’ e isso chega até o público.”
Outro que também sempre acredita no potencial de
vendas das datas afetivas, é o dono da Léo Utilidades Domésticas, Marcos
Cordeiro. O pequeno empresário espera faturar 40% a mais na semana que antecede
o Dia dos Pais em comparação a um dia atípico. Em seu estabelecimento, os
clientes podem encontrar muita oferta de presentes, desde faca para chef de
cozinha, canecas para café a ferramentas. “Temos produtos tanto para quem está
com o bolso apertado, mas não quer abrir mão de presentear, quanto para aqueles
que desejam impressionar”. O preço dos itens disponíveis na loja varia de R$
12,90 a R$ 300.
E as estratégias de venda de Cordeiro, que
administra o negócio ao lado da esposa, são diversas. Da forma como o cliente
solicitar a entrega, ele faz. “Vendo pelo Whatsapp, no balcão e tanto minha
filha quanto outros colegas lojistas aqui do Mercado ajudam nas entregas,
quando o cliente prefere não vir à loja. É um trabalho feito em cooperação”.