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Minas registra 49 mortes por dengue e 289.500 casos prováveis

Até o momento, 264 cidades mineiras estão com incidência alta ou muito alta da doença



Créditos da imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Main dengue
Júlia Alves
22/05/19 às 18:26
Atualizado em 28/05/19 às 21:27

Com números próximos aos de epidemias passadas, 2019 vem caminhando para se tornar um dos anos com mais altos índices de dengue. Até o momento, foram confirmadas 49 mortes, outras 97 ainda estão em investigação. Em relação aos casos prováveis – soma de confirmados e suspeitos –, já foram 289.500 registros. O que coloca este ano atrás somente de 2013 (com 414.719) e 2016 (com 519.050), períodos de grandes epidemias no estado.

Com o fim do período chuvoso e a chegada das temperaturas mais baixas, historicamente, é esperado o declínio dos casos das doenças causadas pelo Aedes aegypti. Porém, abril e maio deste ano foram os meses com mais registros da última década, somando 159.449. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), 2019 possui algumas particularidades que permitiram o aumento da doença.

“A dengue é uma doença sazonal, cuja tendência de maior concentração de casos se dá entre os meses de janeiro a abril, em todo o estado. Apesar de sua sazonalidade, é preciso reforçar que são vários os fatores que influenciam para uma maior concentração no número de casos, como índice de chuvas, temperatura, população suscetível ao sorotipo do vírus circulante, [entre outras]”, pontua a secretaria em nota.

Outro fator que pode ter contribuído para a elevação dos números da doença e de óbitos, segundo a SES, está na introdução do vírus tipo 2 em Minas. Apesar de já circular no estado, durante a grande epidemia em 2016, o sorotipo que circulou foi o tipo 1, portanto, as pessoas que tiveram dengue nesse ano ficaram imunes ao tipo 1, mas não ao sorotipo 2.

O número de mortes pode aumentar

O último boletim da dengue divulgado pela SES foi na última terça-feira (21). Com 49 óbitos confirmados, 2019 está chegando à marca de outros anos com altos índices da doença, como 2010, que registrou 96 mortes; 2014, com 50 e 2015, que somou 78. Se os 97 óbitos que ainda estão sob investigação forem confirmados, este ano poderá somar 146 casos fatais, superando 2013 (107) e ficando mais próximo de 2016 (208).

Até o momento, Betim registra o maior número de mortes, com dez casos; seguida por Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com nove mortes, e BH, com seis.

Além desses dados, a situação dos municípios contribui para o quadro preocupante. O avanço da doença colocou 264 cidades mineiras com incidência alta ou muito alta de dengue, analisando as semanas epidemiológicas de 14 de abril a 11 de maio. Outros 134 municípios têm incidência média e 264 estão com incidência baixa.

Ações de combate

Como uma das medidas adotadas para conter o avanço dos casos no estado, a secretaria declarou Situação de Emergência em Saúde Pública nos municípios de abrangência das Macrorregiões de Saúde Centro, Noroeste, Norte, Oeste, Triângulo do Norte e Triângulo do Sul. A partir dessa ação, é possível mobilizar recursos de forma mais ágil e estruturar serviços de atendimento às pessoas infectadas.

Em BH, foram montados centros de saúde exclusivos para o atendimento de pacientes com dengue. Além disso, a Prefeitura de Belo Horizonte conta com o apoio do Exército. Ao todo, 54 militares atuam na parte administrativa das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros de Atendimento à Dengue (CADs).