Minas registra 49 mortes por dengue e 289.500 casos prováveis
Até o momento, 264 cidades mineiras estão com incidência alta ou muito alta da doença
Com números próximos aos de epidemias passadas, 2019 vem
caminhando para se tornar um dos anos com mais altos índices de dengue. Até o
momento, foram confirmadas 49 mortes, outras 97 ainda estão em investigação. Em
relação aos casos prováveis – soma de confirmados e suspeitos –, já foram
289.500 registros. O que coloca este ano atrás somente de 2013 (com 414.719) e
2016 (com 519.050), períodos de grandes epidemias no estado.
Com o fim do período chuvoso e a chegada das temperaturas mais
baixas, historicamente, é esperado o declínio dos casos das doenças causadas
pelo Aedes aegypti. Porém, abril e maio deste ano foram os meses com mais
registros da última década, somando 159.449. De acordo com a Secretaria de
Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), 2019 possui algumas particularidades
que permitiram o aumento da doença.
“A dengue é uma doença sazonal, cuja tendência de maior
concentração de casos se dá entre os meses de janeiro a abril, em
todo o estado. Apesar de sua sazonalidade, é preciso reforçar que são vários os
fatores que influenciam para uma maior concentração no número de casos,
como índice de chuvas, temperatura, população suscetível ao sorotipo do vírus
circulante, [entre outras]”, pontua a secretaria em nota.
Outro fator que pode ter contribuído para a elevação dos números da
doença e de óbitos, segundo a SES, está na introdução do vírus tipo 2 em Minas.
Apesar de já circular no estado, durante a grande epidemia em 2016, o sorotipo que circulou foi o tipo 1, portanto, as
pessoas que tiveram dengue nesse ano ficaram imunes ao tipo 1, mas não ao
sorotipo 2.
O número
de mortes pode aumentar
O último boletim da dengue divulgado pela SES foi na última terça-feira
(21). Com 49 óbitos confirmados, 2019 está chegando à marca de outros anos com
altos índices da doença, como 2010, que registrou 96 mortes; 2014, com 50 e
2015, que somou 78. Se os 97 óbitos que ainda estão sob investigação forem
confirmados, este ano poderá somar 146 casos fatais, superando
2013 (107) e ficando mais próximo de 2016 (208).
Até o momento, Betim registra o maior número de mortes,
com dez casos; seguida por Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com
nove mortes, e BH, com seis.
Além desses dados, a situação dos municípios contribui para
o quadro preocupante. O avanço da doença colocou 264 cidades mineiras com
incidência alta ou muito alta de dengue, analisando as semanas epidemiológicas de
14 de abril a 11 de maio. Outros 134 municípios têm incidência média e 264
estão com incidência baixa.
Ações de combate
Como uma das medidas adotadas para conter o avanço dos casos
no estado, a secretaria declarou
Situação de Emergência em Saúde Pública nos municípios de abrangência das
Macrorregiões de Saúde Centro, Noroeste, Norte, Oeste, Triângulo do Norte e
Triângulo do Sul. A partir dessa ação, é possível mobilizar recursos de forma mais ágil e estruturar serviços de atendimento
às pessoas infectadas.
Em BH, foram montados centros de saúde exclusivos para o atendimento de pacientes com dengue. Além disso, a Prefeitura de Belo Horizonte conta com o apoio do Exército.
Ao todo, 54 militares atuam na parte administrativa das Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) e nos Centros de Atendimento à Dengue (CADs).