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Mulheres lutam para conseguir seu lugar ao sol na gastronomia e na moda

No Dia Internacional da Mulher, vozes inspiradoras e depoimentos sobre as batalhas femininas na carreira


Créditos da imagem: Divulgação
Conheça a trajetória de vida de três mulheres reais, Karini Reis, Natália Sousa e Uiara Freitas, fortes, inteligentes e que não têm medo de lutar pelos seu espaço no mercado de trabalho

Bárbara Batista e Marina Fernandes

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08/03/21 às 12:12
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O ano é 2021, o século é 21. Embora a mulher esteja cada vez mais presente em espaços antes ocupados majoritariamente pelo sexo masculino, a discrepância entre gêneros é enorme. Segundo dados compilados e divulgados pelo IBGE, por meio da Pnad Contínua, o salário das mulheres é, em média, 22% menor que o dos homens. A diferença sobe para 38% quando há nível superior completo envolvido no comparativo.

E é por isso que há algum tempo, o Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta segunda-feira (8), é marcado como um dia de luta e não de festa. Diante de tantas barreiras a serem quebradas, conheça a trajetória de vida de três mulheres reais, Karini Reis, Natália Sousa e Uiara Freitas, fortes, inteligentes e que não têm medo de lutar pelos seu espaço no mercado de trabalho.

Fundadora e CEO da marca de lingerie Uiara Intimates, a jovem empresária Uiara Freitas, de 26 anos, começou a carreira aos 17, como revendedora de peças íntimas de várias empresas, indo de porta em porta. Após quatro anos nesta função, a mineira de Belo Horizonte decidiu inovar e criar a sua própria marca e desenhar ela mesmo as peças. 

“No momento de criar o produto para atender essas clientes, pensei em fazer isso de uma forma pessoal. Trazendo nesses produtos uma marca que trouxesse toda a identidade do que elas sempre consumiram comigo de uma forma mais completa, colocando o meu gosto”, explica.

Se 2020 foi marcado pelo fechamento de vários negócios em função da crise financeira causada pelo novo coronavírus (Covid-19), para Uiara o ano passado foi o de maior crescimento profissional. Mesmo com o isolamento social e a falta de insumos para a fabricação das peças, as vendas da marca cresceram. Alguns dos motivos foram a implantação de um provador virtual no seu e-commerce e a collab exclusiva, feita a quatro mãos, com a apresentadora, empresária e modelo Luciana Gimenez. 

“O contato da marca com a apresentadora começou em 2019, quando Luciana Gimenez mandou um direct para o Instagram da Uiara Intimates elogiando um body. As coisas foram fluindo até a construção da coleção exclusiva”, explica.

Atualmente, além do e-commerce, ela possui uma loja física no Vila da Serra, em Nova Lima. Para este ano, Uiara pretende aumentar a produção e iniciar o projeto de expansão da marca, com venda em atacado e inauguração de lojas físicas em outros estados.

“Em muitos momentos das nossas vidas vamos achar que não é possível, vamos querer desanimar, vamos pensar que é demais para nós, ou vamos achar que só tal pessoa tem condições de fazer. Mas, tudo é possível a partir do momento que você decide acreditar e que você decide fazer até dar certo. Não tem fórmula mágica. É de degrau em degrau que vamos alcançando o nosso sucesso, de acordo com a perspectiva individual de cada um”, afirma.

Foi também de degrau em degrau e acreditando em seu potencial que Karini Reis, 26 anos, virou sócia da Mocca Coffe and Meals, que possui unidade no bairro no Vila da Serra, em Nova Lima. Após anos trabalhando como gerente da casa especializada em servir cafés, ela está há cinco meses na posição de decidir os rumos do negócio.

“Comecei de baixo, aprendi a ser compradora, fazia os eventos e tomava conta de tudo. Quem trabalha em restaurante sabe, a gente não tem vida e precisa ser forte, porque são muitos desafios”, lembra.

Mesmo tendo assumido o Mocca durante o período de isolamento social, Karini conseguiu dobrar o faturamento da casa com o lançamento de novos produtos, como o de servir brunch todos os dias.

Há cinco anos à frente da Burgueria QG 55, no bairro Eldorado, em Contagem, Natália Sousa já teve que lidar com diversas situações de preconceito nas relações de negócio por ser mulher. “Fornecedores fazem muito descaso e dão menos crédito. Concorrentes em sua maioria são homens principalmente por se tratar de um negócio que fica aberto a noite. Além, claro, dos problemas que enfrentamos por sermos mulheres trabalhando na noite. Muitos confundem isso”, conta.

Mãe de dois filhos, Natália cita como desafio a cobrança para o desempenho dos papéis de empreendedora e mãe. “É importante manter a vida pessoal e profissional em equilíbrio. Para nos adequar às vezes cedemos mais do que seria o normal e aceitável das vidas pessoais, sacrificando muito além do normal a fim de corresponder às expectativas de outros e demonstrar que somos capazes”, afirma.