O cavaquinista mineiro Pablo Dias lança primeiro álbum em show gratuito no Lagoa do Nado

Apresentação acontece no dia 15 de setembro (domingo), às 15h

Créditos da imagem: Paulo Colen
Aos 21 anos, o cavaquinista Pablo Dias foi diagnosticado com uma condição que afetava o movimento das mãos
Pedro Grossi
10/09 às 21:04
Atualizado em 10/09 às 21:04

Obrigado a reinventar a técnica de tocar cavaquinho após diagnóstico de distonia focal (que provoca contração involuntária das mãos), Pablo Dias é figura conhecida da cena do samba e do choro de Belo Horizonte e já tocou com nomes como Yamandu Costa e Moacyr Luz. O show de lançamento do de 'Amanhecer', primeiro álbum da carreira do instrumentista, acontece no Parque Lagoa do Nado (Hermenegildo de Barros, 904 - Itapoã), no dia 15 de setembro, às 15h. A entrada é gratuita, sem necessidade de retirada de ingresso. 

Superação

Após descobrir a doença que afetou o movimento de suas mãos, aos 21 anos, Pablo Dias quase abandonou sua promissora carreira.  “Eu me distanciei da música, me senti cada vez mais vazio, mas decidi ‘reiniciar’ toda a vivência passada, ou seja, largando todos os vícios, nascendo para novas perspectivas. Sem a minha família, minha mãe e minha filha, especialmente, esse processo não seria possível. E sem os músicos que estão comigo neste trabalho, também não”, diz Pablo.

Sóbrio há sete anos e decidido a não parar de compor, Pablo Dias não deixou que o distúrbio neurológico o impedisse de voltar aos palcos e estúdios. Para isso, o músico desenvolveu uma técnica de tocar com apenas dois dedos da mão esquerda — responsáveis pela harmonia, ao marcar as notas e acordes no braço do cavaquinho — e dois dedos da mão direita, que seguram a palheta e dão conta do ritmo. Essa formatação permite que ele consiga alcançar as melodias a partir de um suingue próprio e muito distinto.

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“As músicas que compõem o disco ‘Amanhecer’ estão prontas já tem quase 10 anos, ainda que no formato de esboço. Trabalhei nelas agora, como forma de retornar à música, e todas foram gravadas com a minha doença, usando apenas dois dedos. A mecânica inteira das melodias são postas para tocar com dois dedos. Fui me adaptando aos poucos até perceber que eu conseguia tocar bem assim”, diz Pablo.

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