Um conjunto de 18 mutações do vírus que ainda não haviam sido identificadas e detalhadas por cientistas foi descoberto na capital mineira
Pesquisadores da UFMG e do Grupo Pardini alertaram nesta quarta-feira (7) que uma nova variante do novo coronavírus pode estar circulando em Belo Horizonte e outras cidades mineiras.
A equipe sequenciou 85 genomas de Sars-CoV-2 de amostras clínicas coletadas na região metropolitana de Belo Horizonte e identificou dois novos genomas com um conjunto de 18 mutações desconhecidas, o que caracteriza possível nova cepa do Sars-CoV-2.
Se confirmada, ela pode entrar em listas internacionais de variantes conhecidas do novo coronavírus. Até o momento, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA destacam cinco variantes entre as mais preocupantes:
– P.1 (conhecida como a variante de Manaus)
– B.1.1.7 (detectada inicialmente no Reino Unido)
– B.1.351 (África do Sul)
– B.1.427 (Estados Unidos)
– B.1.429 (Estados Unidos)
Pelo Twitter, o biólogo e doutor em virologia Atila Iamarino escreveu sobre o assunto e criticou as ações do governo federal.
“Enquanto o plano de ação federal for promover o contágio, o que coloca vulneráveis, curados e vacinados em contato com o coronavírus, teremos variantes sendo geradas. Evolução é implacável e estamos selecionando vírus mais transmissíveis e que reinfectam”, escreveu.
Em outra publicação, Iamarino afirmou que, “daqui pra frente, veremos mais mutações semana sim, semana sim. Temos vigilância molecular para detectar e oportunidades para o vírus circular e sofrer mutações à vontade. Mas minha atenção vai pra aquelas que estiverem passando a predominar”.
Ainda não há informações suficientes para saber se as mutações descobertas em Belo Horizonte de fato constituem uma nova variante. Assim, cientistas ainda não podem afirmar se ela é ou não mais transmissível ou letal.
Mas os pesquisadores afirmam que “os resultados da pesquisa requerem urgência de esforços de vigilância genômica na região metropolitana de BH e estado de Minas Gerais” para avaliação da situação.