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Pesquisa com moradores de BH mostra preocupação com o coronavírus

Levantamento feito pela CDL/BH retrata maior medo da população em ser vítima da Covid-19 do que das consequências econômicas



Créditos da imagem: EAFO/Shutterstock
Main destaque eafo
Redação Sou BH
08/04/20 às 12:00
Atualizado em 21/05/20 às 13:14

De acordo com uma pesquisa realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH)/Instituto Quaest, a população da capital mineira tem mais medo de ser vítima da epidemia de coronavírus e não conseguir tratamento adequado do que das consequências econômicas que a crise de saúde irá provocar.

A apuração ouviu 600 pessoas entre os dias 28 e 31 de março e tem margem de erro de 4,2 pontos percentuais. Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados estão mais preocupados com a doença e 35% com a economia. As mulheres e os mais velhos são os que mais temem a doença. Já entre as classes sociais, não há diferença significativa de percepção.

Ainda conforme os dados levantados, a grande maioria dos moradores aprova as medidas adotadas para conter o avanço da epidemia: fechamento de escolas e universidades (91% de aprovação), obrigação de ficar em casa (84%), fechar totalmente o comércio (77%) e fechar as fronteiras estaduais (75%). Quanto às medidas que devem ser tomadas daqui em diante, 41% dos entrevistados defendem manter o isolamento e o comércio fechado até o surto passar. Outros 35% defendem manter o isolamento por entre 10 e 15 dias e daí reabrir o comércio. Somente 17% defendem isolar apenas o grupo de risco. “O resultado da pesquisa mostra a gravidade da crise e como a população está consciente da necessidade de colaborar para que tudo seja superado da melhor maneira possível”, avalia Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL/BH.

Os moradores da capital mineira também responderam sobre as consequências na economia da epidemia de coronavírus. A capacidade de se manter financeiramente durante a crise é um problema sério para os belo-horizontinos. De acordo com a pesquisa, 19% deles afirmam conseguir se manter por menos de um mês se ficarem sem renda. Outros 15% se sustentam por um mês, 10% por dois meses e 14% por três meses. Os que têm fôlego maior são poucos: 15% aguentam de 4 a 6 meses, 11% até 1 ano e 10% mais de um ano.

Muitos temem também pelo risco de o desemprego crescer com a epidemia. Além disso, há outro ponto preocupante, já 49% dos entrevistados disseram já ter sofrido prejuízo econômico com a crise. Por conta desse cenário, 44% dos belo-horizontinos admitem já estar gastando menos do que o de costume, enquanto 21% gastam da mesma forma e 35% tiveram que consumir mais. Dos entrevistados, 22% já cancelaram algum contrato ou pagamento de serviço e 42% pretendem cancelar se o surto perdurar.