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PM multa 380 motoristas suspeitos de embriaguez durante o carnaval

Além de infringir a lei e colocar vidas em risco, quem mistura álcool e direção perde direito ao seguro em caso de acidente



Créditos da imagem: Nikola Stanisic/Shutterstock.com
Main lei seca por nikola stanisic
Redação Sou BH
21/03/19 às 12:46
Atualizado em 21/03/19 às 12:46

Houve aumento das ocorrências relacionadas à lei seca no carnaval de BH deste ano, em relação ao período festivo de 2018. A Polícia Militar (PM) precisou fazer 1.569 testes do bafômetro, remover 126 veículos cujos motoristas estavam embriagados e aplicar 380 multas. O trabalho é para evitar que a mistura perigosa entre álcool e direção cause mais mortes: são cerca de 2,8 milhões provocadas, anualmente, em todo mundo.

Em 2018, foram 83 veículos removidos, 852 testes de alcoolemia e 230 multas. Neste ano, nove pessoas foram conduzidas à delegacia por embriaguez, contra cinco do ano passado. O motivo do aumento foi a intensificação da fiscalização do Batalhão de Polícia de Trânsito da PM (BPTran) em BH, em vista da expectativa de público entre a sexta-feira de carnaval e a quarta-feira de cinzas. A festa na cidade recebeu 4,3 milhões de pessoas e as blitze subiram de 42 para 63.

“O foco foi a redução de acidentes, tirando de circulação pessoas embriagadas, inabilitadas ou com veículos sem condições de trafegar”, afirmou o tenente Marco Antônio Said, do BPTran.

No entanto, além da fiscalização, o caminho para a redução das ocorrências são as campanhas de conscientização dos motoristas. Não existe um nível de consumo seguro de álcool para dirigir, uma vez que as bebidas afetam o Sistema Nervoso Central e reduzem os reflexos, aumentando o risco e a gravidade de acidentes. “Com facilidades como transporte público e compartilhado, não há nada que justifique a ação de beber e dirigir atualmente”, ressalta o tenente Said.

Prejuízo patrimonial

Além de comprometer a própria vida, a de outras pessoas e de infringir a lei, quem dirige alcoolizado e provoca um acidente perde o direito à proteção veicular ou seguro. Os regulamentos das seguradoras e/ou associações de proteção patrimonial preveem que conduzir o veículo sob a influência de álcool ou outra substância de efeito psicoativo caracteriza a intenção de agravar o risco do que está previsto em contrato.

A decisão serve para equilibrar o trabalho dessas prestadoras com as leis, evitando que infratores sejam ‘premiados’ com indenizações por danos causados no veículo devido à imprudência.

“As empresas que promovem a proteção patrimonial devem agir em conformidade com as políticas públicas de conscientização, visando coibir essa prática criminosa. Porém, mais do que ficarmos presos às concepções jurídicas, é importante que o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil passem a analisar o ato de beber e dirigir sobre um prisma sociocultural”, aponta advogado da Proauto e especialista em Ciências Penais, Frederico Gomes Lara.

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