Regra criada na fundação da cidade definiu que avenidas levariam nomes de rios e ruas, nomes de capitais brasileiras
Lógica urbana do fim do século XIX separou nomes de rios e capitais para organizar o mapa da nova capital mineira
A Avenida Paraná, uma das mais movimentadas do centro de BH, não homenageia o estado do Sul, mas o rio Paraná. A escolha segue uma regra estabelecida no fim do século XIX, quando a cidade foi planejada: rios dariam nome às avenidas, enquanto as ruas receberiam nomes de capitais de estado.
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O sistema buscava organizar a nova capital mineira com lógica e simetria. A então Comissão Construtora da Nova Capital definiu que as avenidas principais homenageariam rios importantes do país, enquanto as ruas transversais trariam nomes de cidades brasileiras.
Quando chegou a vez de nomear o Paraná, o impasse surgiu: o nome servia tanto para o estado quanto para o rio. A solução foi seguir o critério técnico.
Assim, o nome “Paraná” ficou reservado à avenida, em referência ao rio Paraná, e a Rua Curitiba — capital do estado — foi escolhida para representar o Paraná enquanto unidade federativa.
O mesmo padrão foi aplicado em outros pontos da cidade. Como o rio Amazonas já nomeava uma avenida, a Rua Manaus foi criada para representar o estado. Essa divisão se manteve em praticamente toda a área central, mantendo a coerência entre os nomes e o traçado urbano.