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Projeto de Artes Visuais sinaliza córregos de BH

Sobre o Rio, da arista plástica mineira Isabela Prado, retoma as atividades para finalizar a primeira etapa de sinalizações


Créditos da imagem: Aline Xavier e Roberto Bellini/ Divulgação

Redação Sou BH

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20/11/20 às 14:56
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Sobre
o Rio, parte integrante da pesquisa Entre Rios e Ruas, da artista plástica
mineira Isabela Prado, paralisou suas atividades em março, devido à pandemia do
coronavírus. Com a reabertura gradual das atividades na cidade, e seguindo
todos os protocolos de segurança, a iniciativa será retomada e finaliza, na
próxima semana, a instalação das placas de sinalização de todos os córregos
canalizados dentro do perímetro da Avenida do Contorno, em Belo Horizonte.

No
total, serão aproximadamente 230 placas e, nos dias 19 e 20 de novembro, serão
instaladas as últimas 33 placas faltantes, que sinalizam o Córrego Mendonça,
afluente do Córrego Acaba-Mundo. O percurso a ser sinalizado se inicia na Rua
Levindo Lopes com Avenida do Contorno, e segue pelas ruas Antônio de
Albuquerque, Alagoas, Santa Rita Durão, e Pernambuco, até chegar a Avenida
Afonso Pena, próximo ao Palácio das Artes.

O
projeto Sobre o Rio, nº 0118/2017, foi aprovado no Edital 2017 oriundo da
Política de Fomento à Cultura Municipal (Lei nº 11.010/2016). As sinalizações
dos córregos serão instaladas permanentemente nas mesmas balizas que carregam a
sinalização de ruas e avenidas, tendo as mesmas especificações das placas já existentes.
Trata-se, assim, de uma intervenção permanente na cidade, tendo obtido
autorização da Subsecretaria de Planejamento Urbano para sua execução. 

Inicialmente,
a iniciativa mapeia três sub-bacias principais, Córrego da Serra, Córrego do
Leitão e Córrego Acaba-Mundo, afluentes do Ribeirão Arrudas e que estão dentro
do perímetro da Avenida do Contorno. “Belo Horizonte possui inúmeros córregos
em todo seu território. O desejo é sinalizar toda a cidade, mas por uma
limitação orçamentária nesta primeira fase do trabalho, identificamos apenas os
córregos dentro do perímetro da Contorno, núcleo do planejamento original da
cidade. A ideia é continuar enviando projetos para aprovação em Leis de
Incentivo ou buscar outras fontes de recursos para ampliarmos as ações”, conta
a artista.


Sobre a iniciativa

A
intervenção da artista na cidade faz emergir o que resta da memória a respeito
dos córregos de Belo Horizonte. A ação busca, sobretudo, trazer visibilidade
para os córregos da capital mineira que, uma vez canalizados e cobertos, foram
historicamente apagados da paisagem e da memória. 

“A
proposta é chamar a atenção sobre o que foi oculto e, de maneira poética e
crítica, tentar desvelá-los, para repensar as formas de convívio do espaço
urbano com o meio ambiente, a memória e o processo de urbanização da cidade.
Assim, o projeto ganha uma dimensão social, pois passa a ter o papel de
suscitar reflexões, de trazer à tona as relações que todos nós
estabelecemos com a cidade, seus habitantes, sua dinâmica de ocupação e
apropriação do espaço”, revela.

Para
a pesquisa do Sobre o Rio, Isabela Prado contou com o apoio de diversos
profissionais, incluindo Roberto Monte-Mor, professor do Departamento de
Ciências Econômicas da UFMG; Nilo Nascimento, professor do Departamento de
Engenharia Hidráulica e de Recursos Hídricos da UFMG; e do geógrafo Alessandro
Borsagli, autor de Rios Invisíveis da Metrópole Mineira. O trabalho tem
acompanhamento curatorial do historiador da arte e curador Josué Mattos.