Iniciativas investem na prevenção e no bem-estar dos estudantes para evitar tragédias
Neste domingo (7), é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Bullying. No Brasil, um em cada dez estudantes é vítima de violência e perseguição de acordo com o dado divulgado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA).
Os ataques tem muito poder destrutivo e geralmente acontecem em ambientes escolares, com atos de intimidação e violência física ou psicológica. O cyberbullying, presente na internet, também impacta fortemente na formação e na vida dos alunos.
Um levantamento, feito no ano passado pelo Instituto Ipsos revelou que 29% dos pais ou responsáveis brasileiros já registraram casos de violência on-line com os filhos. O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos de bullying na internet.
Dois projetos que acontecem em BH tem como foco combater o problema e auxiliar no processo de prevenção de tragédias, como a que aconteceu na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), no último dia 13 de março.
Programa
de Justiça Restaurativa
O projeto, que envolve o Ministério
Público, o Tribunal de Justiça, a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria de Estado de Educação, capacita profissionais da rede pública de ensino com técnicas de mediação e práticas restaurativas nos ambientes escolares.
Dentre essas técnicas, estão ouvir os agressores, as vítimas e as pessoas da comunidade afetadas pelo conflito, inclusive a família. A ideia é oferecer aos jovens um método adequado de solução de
conflitos em que eles participem ativamente e sejam capazes de assumir a
responsabilidade pelos seus atos e reparar os efeitos.
Para Fernando Jayme, ex-diretor da Faculdade de Direito da UFMG e um dos participantes do programa, é na escola
que o bullying pode ser trabalhado de forma respeitosa, onde as pessoas podem falar das suas dores e construir medidas preventivas.
Mediação de Conflitos no Ambiente Escolar (Mesc)
A iniciativa, idealizado pela Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), está há sete anos atuando nas escolas estaduais da capital e da região metropolitana. O projeto tem como slogan Paz em Ação e usa técnicas de mediação para administrar situações de conflitos e criar alternativas para a melhorar a convivência em grupo e ampliar os ganhos para a escola. Sua metodologia conta com instrumentos e mecanismos para que a instituição de ensino construa seu próprio processo de mediação e reduza os casos de bullying.
Danielle Pereira da Silva, ex-aluna de uma escola de BH e voluntária do projeto, conta que o MESC foi um refúgio para ela. “No Mesc, eu me encontrei. O projeto me transformou, mudou a maneira como eu lido com as pessoas e como me coloco no mundo”, conta.