PUC, ex-reitores da UFMG e CUT fazem protesto contra operação da PF
Os manifestantes criticaram a conduta dos policiais federais e apoiaram os conduzidos
Foca Lisboa/UFMG
A operação da Polícia Federal na UFMG na manhã desta quarta-feira (6) provocou protestos da reitoria da PUC Minas, de reitores ex-reitores da própria universidade federal e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG). Os manifestantes prestaram apoio aos conduzidos pelos policiais e criticaram a atuação da PF.
“A PUC Minas expressa sua defesa de que tais ações se deem dentro do amplo respeito à dignidade e aos direitos individuais e que as autoridades responsáveis pelas mesmas não cedam à tentação da espetacularização midiática”, afirma nota da reitoria daquela universidade.
Reitores e ex-reitores da UFMG também se pronunciaram em defesa da universidade, repudiando a falta de intimação para as conduções coercitivas e as ações da PF que feriram os direitos dos profissionais levados, entre eles o reitor, Jaime Arturo Ramírez, e a vice-reitora, Sandra Goulart Almeida.
A CUT se manifestou contra os desenvolvimentos da operação “Esperança Equilibrista” e as ações da Polícia Federal dentro da UFMG. “A CUT discorda do método escolhido pela PF. Toda a operação foi um espetáculo com foco na desmoralização das instituições federais”, afirma ao SouBH Beatriz Cerqueira, presidente da CUT-MG.
Ainda de acordo com a presidente, a operação seria uma resposta às mobilizações estudantis e de universidades federais contra as reformas políticas do governo. “Toda a operação foi imediatamente colocada na mídia de forma errônea. O projeto não custou R$ 19 milhões e são 12 anos de projeto. Além do nome da operação que ironiza uma importante música contra a Ditadura Militar”, completa Beatriz Cerqueira.
Além dos protestos realizados na tarde de hoje, a CUT deve reunir movimentos contra a censura na Casa do Jornalista nesta noite e organizar novos atos em prol da democracia e em oposição as ações na universidade.
Já a própria universidade, em nota, pontua que não se manifestará em relação as questões legais do processo. “Dada a transparência com que lida com as questões de natureza institucional, a UFMG torna público que contribuirá, como é sua tradição, para a correta, rápida e efetiva apuração do caso específico”, comenta a universidade em nota.
Operação “Esperança Equilibrista”
A operação possuía o objetivo de
cumprir oito mandatos judiciais de condução coercitiva e 11 de busca e apreensão.
A ação se soma à investigação de desvios de recursos públicos da construção do
Memorial da Anistia Política do Brasil financiado pelo Ministério da Justiça e
realizado pela UFMG.