De Curral del Rey à moderna capital, os nomes de Belo Horizonte refletem transições culturais, políticas e sociais
A história de Belo Horizonte é também uma trajetória de renomeações, por vezes inconclusas ou disputadas, que marcam as fases de evolução da capital mineira. Ao todo, cinco diferentes nomes já foram adotados para designar o mesmo lugar, desde os primeiros desbravadores até a consagração do apelido acolhedor que usamos hoje.
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Curral del Rey (séculos XVI–1714)
Antes mesmo de se tornar freguesia, o local era conhecido como Curral del Rey: um arraial fundado no início do século XVIII por João Leite da Silva Ortiz, centrado na criação de gado e controle territorial, e que deu nome ao futuro território de BH.
Freguesia de Nossa Senhora da Boa Viagem do Curral‑del‑Rei (1714–1890)
O arraial foi elevado à freguesia, incorporando a devoção à padroeira local, e mantendo a referência ao Curral‑del‑Rei por quase dois séculos .
Arraial de Bello Horisonte (1890–1897)
Com a República, em 1890, o governador João Pinheiro renomeou o arraial para Arraial de “Bello Horisonte” (grafia antiga), simbolizando a ambição de modernização.
Cidade de Minas (1897–1901)
Após o lançamento do plano urbano por Aarão Reis, em dezembro de 1897, o local tornou-se oficialmente “Cidade de Minas”, refletindo seu papel como nova capital estadual.
Belo Horizonte (desde 1º de julho de 1901)
A Lei nº 302 consolidou o nome “Belo Horizonte” com ortografia modernizada, encerrando a sucessão toponímica oficial
O nome inicial de Belo Horizonte reflete motivações religiosas e coloniais, revelando tanto a forte religiosidade da época quanto a estrutura administrativa vigente no período. Com a Proclamação da República, surge “Bello Horisonte”, um nome que simbolizava a ambição de progresso e modernização, em contraste com o passado imperial.
A criação da “Cidade de Minas” marca uma etapa decisiva do planejamento urbano, expressando a intenção de construir uma capital moderna e funcional. Por fim, a oficialização do nome “Belo Horizonte” em 1901 consolidou essa identidade, representando a unificação simbólica de um novo projeto urbano e estatal.
A capital mineira percorreu um caminho toponímico notável, mudando de nome conforme evoluía sua estrutura política, urbana e cultural. Hoje, chamar a cidade de BH é celebrar a história, as transformações e o vínculo genuíno que os belo-horizontinos criaram com seu espaço, por meio de um simples e afetuoso diminutivo.