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Regulamentação de apps excluiria Cabify se entrasse em vigor hoje; taxistas protestam

Requisitos como possuir filial em BH dificultam atuação da empresa de transporte na capital



Créditos da imagem: Reprodução/Facebook Uber
Main 203938 uber facebok
Redação Sou BH
26/01/18 às 14:08
Atualizado em 01/02/19 às 19:21

Por Camila Saraiva 

regulamentação de aplicativos de transporte (como Uber, Cabify e 99) em Belo Horizonte foi criticada por taxistas e pelo Cabify. Este último, inclusive, seria proibido de atuar na capital mineira caso as novas regras já estivessem em rigor - o que só deve acontecer em 30 dias, período no qual a prefeitura publicará portarias para detalhar as mudanças. Por outro lado, a Uber apoiou as normas.

Quem mais foi impactado pelas mudanças foi exatamente o Cabify. Um dos requisitos para que a empresa possa rodar em BH é ter uma filial na capital. “Imagine ter uma filial em todas as cidades que a gente vai expandir! A questão física não é o principal ponto, até porque a gente tem um ponto de apoio em BH, mas a contabilidade, a prestação de contas, impostos e etc. O problema está muito mais em uma ordem fiscal e um arranjo administrativo que gera um custo, uma complexidade de negócio”, afirma ao SouBH o gerente do app na cidade, Diogo Cordeiro.

O representante da empresa na capital mineira sinalizou que ainda deseja discutir esses pontos antes das novas normas, de fato, entrarem em vigor.

Já os taxistas se sentiram prejudicados com a regulamentação. Segundo os representantes da categoria, as normas não seguiram os critérios debatidos em reuniões com a Prefeitura de Belo Horizonte e, assim como o Cabify, os motoristas esperam que as portarias possam corrigir esses pontos. 

“Não concordamos com [a taxa de] 1%. Um veículo de táxi tem que ser trocado a cada cinco anos, e os dos aplicativos? Também não tem nada falando da tarifa dinâmica. Não é justo com o passageiro”, disse à reportagem o 
presidente do Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários de Minas Gerais (Sincavir), Avelino Moreira. O dirigente ainda reforçou que a regulamentação não prevê idade máxima dos veículos cadastrados nos apps.

Elogio

Já a Uber, primeira ferramenta desse segmento a atuar em BH, avaliou como "justa" a criação da taxa. 
“A cobrança de preço público equivalente a 1% sobre o valor da viagem é uma forma mais justa e equilibrada de remuneração, já que taxa os aplicativos pela sua produtividade em lugar de criar valores arbitrários, como foi realizado em cidades como São Paulo”, explicou, em nota, a empresa. A Cabify informou que não há nenhuma diretriz da empresa nesse sentido sobre o assunto.

Como os outros representantes, a Uber afirmou aguardar novas manifestações do município para tomar outras medidas. “A Uber e todos aqueles que usam a plataforma para gerar renda em Belo Horizonte agora aguardam a publicação das portarias para poder avaliar o impacto de todas as regras e adaptações necessárias para o cumprimento do modelo estabelecido”, detalha a nota emitida pela empresa.