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Sérgio Pererê e Badi Assad lançam em 'Bentu', parceria inédita entre os artistas

Apresentação gratuita acontece no dia 19 de outubro no Teatro Francisco Nunes



Créditos da imagem: Divulgação
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Apesar das afinidades musicais, Sérgio Pererê e Badi Assad só se conhecerem pessoalmente em 2021
Pedro Grossi
16/10 às 18:44
Atualizado em 16/10 às 18:44

Sérgio Pererê e Badi Assad lançam na capital o trabalho 'Bentu', parceria inédita entre os dois artistas. O show acontece no dia 20 de outubro (domingo), no Teatro Francisco Nunes (av. Afonso Pena, 1321 - Centro), às 19h. A apresentação em BH integra o projeto 'Música de Domingo', do Circuito Municipal de Cultura, e tem ingressos gratuitos, disponíveis no Sympla. 

Parceria inédita

Embora transitem por palcos similares da música brasileira, em mais de 30 anos de carreiras bem sucedidas no Brasil e no exterior, Pererê e Assad se conheceram apenas em 2021, após um show na capital mineira com presença de Maurício Tizumba, que proporcionou o encontro entre os dois. 

Praticamente em uma noite de conversas, ambos decidiram gravar o disco “Bentu” (que no idioma criollo da Guiné Bissau significa vento), sem definições de gêneros, conceitos ou sonoridades, mas baseados apenas na sintonia imediata que estabeleceram.  

“Eu sempre admirei muito a Badi à distância. Para mim, uma das maiores cantoras do país. Talvez por isso as nossas conversas fluíram tanto que começaram a nascer como músicas, já no primeiro encontro, sem a gente nunca ter se visto. Não escolhemos um tema, um ritmo, uma sonoridade. Eu sugeri que partíssemos do Reinado porque é uma influência muito forte para mim e que tem uma profundidade enorme, bem parecida com a sintonia que eu e Badi tivemos. E a Badi se abriu a esse universo e, a partir da nossa experiência junta no Reinado, fomos compondo letras e músicas”, diz Pererê.

O disco “Bentu” nasce em um dos principais berços da cultura popular afro-mineira, na Irmandade Os Ciriacos, com mais de 70 anos de história, 

“É uma experiência linda, que mexe com o corpo e a cabeça da gente. Cheguei, conheci o capitão, entrei na capela, e aí os tambores começaram. Depois, entra o canto, aí aparecem instrumentos com outras frequências. É impressionante porque os tambores são muito altos, o que dificulta a escuta do que o capitão está cantando, mas todos conseguem acompanhar. Não dá para ouvir com os ouvidos, literalmente é preciso ouvir com o corpo. Há uma sintonia absurda nesse tipo de expressão cultural. E isso diz muito sobre uma cultura que entende a música de forma muito maior”, relata Assad.

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