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Sou BH Talks aborda o Cinema Nacional em um bate-papo cheio de referências

Para a conversa especial, Pati Lisboa recebeu especialistas no assunto



Créditos da imagem: Café com Canela/ Reprodução
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Redação Sou BH
30/11/20 às 13:11
Atualizado em 30/11/20 às 19:07

Quem não ama um bom filme, não é mesmo? O Cinema Nacional é riquíssimo em qualidade e cultura, e a produção de filmes tem crescido a cada ano, alimentando ainda mais essa indústria promissora! Os primeiros longas rodados em nosso país datam dos anos 1896, sendo que, desde então, o segmento se tornou bastante expoente e proporcionou aos telespectadores brasileiros uma verdadeira gama de gêneros cinematográficos. Hoje, por exemplo, já podemos fazer uma lista enorme de grandes títulos que foram transmitidos daqui para o mundo todo. Então, se você é fã do Auto da Compadecida, Cidade de Deus, Central do Brasil, Bacurau, e outros clássicos de nossa dramaturgia, o último Sou BH Talks foi especialmente para você!

O encontro, com apresentação de Pati Lisboa, contou com a presença de Larissa Bocchino, atriz de teatro e cinema; Guilherme Fiuza Zenha, produtor audiovisual, diretor e produtor executivo; e Pedro Vaz Perez, jornalista e professor nos cursos de Cinema e Audiovisual, Jornalismo e Publicidade e Propaganda, na PUC Minas.

No início da conversa, os convidados refletiram e debateram sobre os efeitos da pandemia no setor cinematográfico nacional. Larissa Bocchino pontua que, mesmo em cenários típicos, o audiovisual brasileiro encontra bastante dificuldade em suas produções, e o isolamento social só foi um complicador dessas questões. Guilherme Fiuza Zenha cita o sucateamento do segmento cinematográfico, e frisa que a pandemia congelou todas as produções que estavam em andamento, enfraquecendo o setor. Já Pedro Vaz Perez concorda com a colocação dos colegas sobre as consequências da pandemia no ramo, e afirma que o “cinema nacional sempre foi resistência”.

 

Um Cinema de resistência

Como em uma verdadeira aula de história, Guilherme conta como os períodos anteriores ao Cinema Novo influenciaram as produções que hoje conhecemos. “Acho que o período mais profícuo que a gente tem é o ciclo da Atlântida com as Chanchadas. Eu costumo brincar que o brasileiro gosta de ir ao cinema para cantar e rir, pois se o filme contém música e comédia, certamente ele será um sucesso por aqui. E a Atlântida fazia muito isso, e ainda trabalhava com produtos nacionais. O que ela fazia era trazer os hinos do rádio para a tela, e isso influenciou até mesmo a televisão”, conta o diretor.

Dando continuidade, Larissa destaca as diferenças entre o recebimento do cinema nacional e do hollywoodiano por parte dos espectadores. “O Brasil foi um país colonizado por muito tempo por Portugal, isso é um fato, e isso também reflete em todas as nossas construções enquanto nação, principalmente no que tange à cultura. E aí o Nelson Rodrigues, um importante dramaturgo brasileiro, fala sobre o ‘complexo do vira-lata’, que traduz a insistência do brasileiro em se inferiorizar e menosprezar as nossas produções. Por isso, assistir obras nacionais é uma forma de resistência e também de descolonização”, reflete a atriz.

Para finalizar, Pedro debate sobre o período da Retomada do Cinema, que se iniciou nos anos 90. “Se eu fosse definir o cinema brasileiro nessas últimas décadas, eu falaria em multiplicidade. Multiplicidade de temas, multiplicidade de estilos e multiplicidade de produção. Isso tudo ao mesmo tempo em que ocorre um período de maturidade e crescimento econômico no país, o que propicia um aumento de investimento na produção cultural. Por isso, hoje temos grandes produções, com resultados primorosos”, diz o professor.

Ainda no bate-papo, vários outros assuntos foram destacados, como a importância dos médias e curtas metragens, a influência do Cinema Novo, além de um panorama de várias épocas e momentos do audiovisual brasileiro. Para saber como foi o encontro completo, assista ao vídeo!


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