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No mês da Consciência Negra, Sou BH Talks trouxe importante debate sobre o tema

Pati Lisboa conversou com Elisa de Sena, Marciele Delduque e Roger Deff



Créditos da imagem: Red Confidential/shutterstock
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Redação Sou BH
17/11/20 às 13:07
Atualizado em 18/11/20 às 22:48

No contexto histórico, as celebrações da Consciência Negra surgiram nos anos 70, no âmbito das lutas dos movimentos sociais contra o racismo. No Brasil, o Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, foi estabelecido em 2003 como parte do calendário escolar, até ser oficialmente instituído nacionalmente em 2011, sendo feriado em cerca de mil cidades em todo o país e nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro. Mas qual o efetivo significado da data? Qual sua importância?

Para debater sobre o assunto, o Sou BH Talks trouxe um importante debate sobre o tema, onde Pati Lisboa recebeu Elisa de Sena, cantora, compositora, atriz; Marciele Delduque, Presidente da cufa e Fundadora do Grupo Marianas Mulheres que Inspiram; e Roger Deff, MC.

Iniciando o bate-papo, os convidados, dentro de seus lugares de fala, apresentam suas visões e responderam a questões importantes: Qual a importância do Dia da Consciência Negra e qual seu real significado. Os participantes ainda reforçaram a necessidade de trazer reflexões e de reforçar a data e a causa.

Racismo e conscientização

Elisa de Sena continuou a conversa falando um pouco sobre o fato de, mesmo sendo lei, o tema não ser trabalhado devidamente nas escolas. “Mesmo sendo lei, eu por exemplo, que sou de uma geração anterior, não estudei isso. Talvez um professor ou outro, mas sempre trazendo um viés branco. Eu acho que a lei, de uma forma bastante importante começa a transformar, por que trazer a obrigatoriedade faz com que os professores comecem a olhar para esse assunto. Então, eu acho que a lei é sim um avanço. Porém, para que a coisa transforme de fato, é preciso que as pessoas negras cheguem em todos os lugares, inclusive nas escolas, nos lugares de ensino. Pessoas negras ensinando, autores negros, para que realmente faça sentido. Se a gente começa a fazer essa transformação de fato nas escolas, a gente vem da base, aí já vai transformando mesmo”.

Perguntada sobre a diferença entre raça, cor e etnia, Marciele Delduque conta que não acredita nessa separação. “Eu consigo visualizar de uma maneira única, e trazendo uma necessidade de que não haja esse recorte, que vejam o preto, como aquela pessoa que tem uma história, que tem um valor, que é uma potência, independentemente da sua raça, da sua cor, da sua etnia. Não é querer falar sobre cada ponto, mas é trazer um único olhar, um olhar exclusivo pra que tudo isso, nós possamos enxergar apenas potência e resiliência”.

Roger Deff ainda falou sobre como a lógica da discriminação se manifestou ao longo da sua trajetória e o que ele fez para subvertê-la. “A lógica da discriminação racial está comigo desde que eu me entendi por gente. E a gente não se dá conta de que isso acontece, e essa discussão chegou em mim através do hip hop. E aí eu fui entender o porquê de várias questões que estavam colocadas. No meu caso, o hip hop foi a cultura que eu encontrei para me fortalecer em relação a essas questões todas, e a forma de lidar com isso através do hip hop me fez perceber que eu não precisava ser aquilo que o sofrimento fazia comigo, ele não tinha que me definir. Eu acho que o movimento com a cultura hip hop e todas as discussões que ela me trouxe, fez com que eu lidasse com a questão do racismo e olhasse pra frente”.

Os convidados ainda falaram sobre como a discriminação racial afeta de diferentes formas homens e mulheres, sobre o papel de organizações como a Anistia Internacional para o enfrentamento da discriminação racial, e muito mais!

Assista ao programa completo!


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