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Última edição do Sou BH Talks desmistificou a covid-19

Quatro especialistas conversaram com Pati Lisboa e esclareceu tudo o que você precisa saber sobre o novo coronavírus



Créditos da imagem: Arquivo pessoal
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Redação
15/07/20 às 21:38
Atualizado em 15/07/20 às 21:38

Com um bombardeio constante de informações sobre a pandemia do novo coronavírus, é normal que dúvidas apareçam. Com o intuito de desmistificar o vírus que tem chamado a atenção do mundo inteiro, a última edição do Sou BH Talks abordou essa questão. Pati Lisboa se “juntou virtualmente” a um time de especialistas, Ângelo Pimenta, diretor clínico no Hospital Felício Rocho; Carlos Starlin, membro do Comitê de Enfrentamento da covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte; Guilherme Collares, médico patologista clínico e mestre em microbiologia pela UFMG e Ludmylla Alves, coordenadora de enfermagem da Gerência de Alta Complexidade da Santa Casa BH.

Surpreendentemente o médico Carlos Starlin explicou que o coronavírus já é conhecido desde a década de 1960. E mais, apesar de circular no mundo inteiro, causa apenas um resfriado banal sem nenhum agravante. “O hospedeiro definitivo dele é o morcego, então esse vírus que coloniza animais migra para seres humanos a partir de um hospedeiro intermediário. O coronavirus é uma zoonose, mas em função de uma proximidade extrema entre os animais que albergam esse vírus, ele fez uma migração transespécie e chegou aos seres humanos”, afirma Carlos Starlin.

O especialista ainda credita “o sucesso” desse vírus ao fato de ter uma capacidade de transmissão assintomática.

Ao ser perguntado por Pati Lisboa sobre os principais sintomas que a população deve ter atenção, o diretor clínico do Hospital Felício Rocho, Ângelo Pimenta listou alguns. “A maioria absoluta tem febre acima de 37.8°C, depois vai ter tosse seca e o terceiro falta de fôlego. Essa tríade desperta no médico a maior suspeita de que esse paciente esteja desenvolvendo sintomas em razão do sars cov2 (novo coronavírus) . Depois dessas três vem a dor no corpo, a perda do apetite, a perda do olfato e do paladar”, explica Pimenta. Um outro detalhe citado por ele é que em relação ao quadro gripal habitual, quase nunca ou poucas vezes o paciente apresenta a coriza.

Como os sintomas são típicos de várias outras doenças, Guilherme Collares ressaltou a importância de se fazer o exame laboratorial para o diagnótico da coivd-19. “Existem basicamente dois tipos de exames: os exames que detectam o vírus, na verdade detecta o material genético do vírus do RNA e tem exames que detectam a resposta a infecção. O especialista explicou ainda que o exame mais importante para quem está assintomático é o exame que detecta o vírus. Mas, vale ressaltar que é necessário procurar ajuda médica, pois somente o profissional de saúde vai orientar qual exame deve fazer e interpretar os resultados.

Cenário em Belo Horizonte

A capital mineira está a cerca de 15 dias com o comércio não essencial completamente fechado. Isso se deve ao aumento de casos de pessoas contaminadas pela covid-19.

De acordo com a coordenadora de enfermagem da Gerência de Alta Complexidade da Santa Casa BH, Ludymilla Alves, hoje o hospital está com 100% dos leitos de terapia intensiva e enfermarias. “Nas últimas semanas nos tivemos um aumento significativo dos casos e consequentemente o aumento de internação desses pacientes. O paciente com covid-19 é extremamente complexo, então toda a equipe multidisciplinar que cuida desse tipo de caso passou por uma capacitação de todos os protocolos clínicos para cuidar desse paciente”, alerta Alves.

No final da tarde do hoje (15), a PBH anunciou que vai manter a capital fechada na próxima semana.