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Vale fará novo ponto de captação no Paraopeba para evitar desabastecimento em BH

O acordo tenta conter problemas de abastecimento na capital, já que parte do rio foi tomado por rejeitos



Créditos da imagem: Divulgação/CBMMG
Main brumadinhooo
Júlia Alves
10/05/19 às 13:53
Atualizado em 24/05/19 às 18:35

Um acordo entre a Vale e a administração estadual decretou que a mineradora deve construir um novo sistema de captação no rio Paraopeba até setembro de 2020. A medida pretende garantir o abastecimento de água em Belo Horizonte e na região metropolitana, afetado pelo rompimento da barragem em Brumadinho, no dia 25 de janeiro.

O acordo tenta evitar o desabastecimento na capital, já que parte do leito do rio Paraopeba foi tomado pela lama que vazou das barragens da Mina Córrego do Feijão, o que tem afetado a captação de água feita pela Copasa. Durante a audiência de conciliação, na quinta-feira (9), também ficou definido que a empresa deve construir a nova estrutura 12 quilômetros acima da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Rio Manso.

Em nota, a Copasa afirma que desde o rompimento da barragem está impossibilitada de usar o Sistema Paraopeba e, por isso, as obras no trecho impactado precisam ser iniciadas de imediato. O objetivo é criar uma alternativa capaz de captar água do rio em 2020 e, assim, evitar que os reservatórios cheguem a níveis críticos para o abastecimento de Belo Horizonte e região no ano posterior.

Com o impacto que pode ser causado na capital e região metropolitana, o Governo do Estado ficou com a responsabilidade de agilizar, em caráter emergencial, autorizações e licenciamentos para viabilizar a nova construção.

Outros pontos discutidos

Na audiência, a UFMG apresentou um projeto de avaliação de necessidades sobre os impactos causados pela tragédia. A proposta de atuação técnica, solicitada pelo juiz da 6ª Vara Estadual, Elton Pupo Nogueira, prevê soluções de recuperação e de reconstrução, por exemplo, do patrimônio cultural e artístico, de estruturas urbanas e das áreas ambiental, educacional e de saúde nas regiões do estado afetadas pelo desastre.

O plano deve começar a ser implementado pela UFMG já a partir do dia 21 de maio, data prevista para a próxima audiência de conciliação entre a Vale e as instituições do sistema de Justiça, que vai discutir outras medidas emergenciais e preventivas que deverão ser assumidas pela mineradora.

A Vale informou também que mais de 32 mil pessoas já receberam o pagamento emergencial e outras 26 mil estão com datas agendadas para atendimento na empresa. A mineradora ainda se comprometeu a atender no prazo de 24 horas possíveis necessidades dos atingidos em relação à falta de água potável.