Descubra por que o Córrego do Zoológico não fica na Pampulha nem perto do Zoo de BH e entenda a história por trás do nome
Vista do atual Zoológico de Belo Horizonte, na Pampulha, inaugurado décadas depois do projeto original que previa o zoo no bairro de Lourdes.
Muitos moradores de Belo Horizonte acreditam que o Córrego Zoológico fica apenas na região da Pampulha, onde está o atual Jardim Zoológico da cidade. No entanto, o curso d’água corre discretamente sob o bairro de Lourdes, próximo à Rua da Bahia, exatamente no quarteirão onde funciona o Minas Tênis Clube I. O nome curioso do córrego não surgiu por acaso: ele preserva a memória do primeiro projeto do zoológico de Belo Horizonte, que nunca saiu do papel.
No projeto original de construção da capital mineira, elaborado no fim do século XIX, os urbanistas previram a instalação do zoológico no terreno que hoje abriga o Minas Tênis Clube I, em Lourdes. Entretanto, as autoridades rejeitaram a proposta na época, e o plano acabou abandonado.
Como resultado, o espaço permaneceu desocupado por muitos anos. Além disso, o terreno íngreme e de difícil acesso recebeu dos moradores o apelido de “buracão”, que se popularizou na região. Assim, o córrego que atravessa o local manteve o nome previsto no projeto urbanístico original: Zoológico.
Posteriormente, a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu criar uma versão reduzida do zoológico no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no centro da cidade. Durante esse período, o espaço abrigou algumas aves e pequenos animais, mas operou de forma simples, com infraestrutura limitada.
Com o crescimento da capital e a necessidade de um espaço mais amplo, a administração municipal transferiu o projeto para a região da Pampulha, onde havia terreno suficiente para receber uma estrutura de grande porte.
Apesar da decisão, a construção do Jardim Zoológico da Pampulha avançou lentamente. A implantação exigiu vários anos de trabalho, e a manutenção inicial dependia de doações e de apoio da comunidade. Mesmo com recursos escassos, a Prefeitura manteve o projeto ativo e realizou melhorias gradualmente.
Nas décadas de 1970 e 1980, a administração municipal conseguiu promover importantes transformações. Nesse período, o zoológico ganhou a portaria principal da Pampulha e iniciou a recuperação das áreas verdes, consolidando-se como um dos principais espaços de lazer e educação ambiental da cidade.
Atualmente, o córrego corre silencioso sob uma das regiões mais movimentadas de Belo Horizonte. Embora quase invisível, ele preserva um fragmento do passado urbano da capital. O nome, que sobreviveu às mudanças e ao crescimento da cidade, mantém viva a memória do zoológico que nunca existiu em Lourdes, mas que inspirou a criação do parque que, décadas depois, se tornaria símbolo da Pampulha e referência nacional em conservação ambiental.
