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Alfabetização tardia pode melhorar memória e cognição em adultos

Neurologista da UFMG estuda efeitos da escolarização sobre a conectividade cerebral



Créditos da imagem: Divulgação/Gercom Centro-Sul
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Redação Sou BH
03/06/19 às 14:43
Atualizado em 03/06/19 às 14:43

A partir de uma pesquisa sobre os efeitos da alfabetização tardia no cérebro, a médica neurologista e doutoranda da UFMG Elisa de Paula França Resende sustenta que o baixo nível educacional integra o grupo de fatores de risco da demência. Porém, juntamente a hipertensão arterial, o diabetes, o tabagismo, o sedentarismo, a depressão e a perda auditiva, pode ser controlável.

Com voluntários de 23 a 80 anos em sua pesquisa, a médica afirma que os participantes já apresentam progressos na alfabetização. O próximo passo é dimensionar os resultados dessa alfabetização tardia sobre a memória e a conectividade cerebral.

Entenda a demência

Considerada uma síndrome clínica, a demência apresenta um conjunto de sintomas decorrentes de várias causas irreversíveis. No entanto, 30% delas, incluindo o baixo nível educacional, são possíveis de prevenção. Esse é o objeto da pesquisa, iniciada neste ano, pela médica, que integra o Grupo de Neurologia Cognitiva do Comportamento do Hospital das Clínicas, coordenado por seu professor e orientador, Paulo Caramelli. 

Também doutoranda do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Neurociências da UFMG, Elisa França vai investigar, até 2020, cerca de 50 estudantes matriculados na Educação de Jovens e Adultos para comprovar se, mesmo na fase adulta, a alfabetização pode contribuir para a saúde cerebral das pessoas.

“Nossa expectativa é validar a hipótese de que os estímulos gerados pela escolarização contribuem para produzir mais conexões cerebrais e estratégias de memorização por parte dos estudantes. Caso se confirme, vamos mostrar, mais uma vez, que, mesmo tardiamente, a educação promove a saúde cerebral das pessoas”, afirma.

Os estudos de Elisa Resende França são abordados na edição 2.061 do Boletim UFMG.