Em média, 46 recém-nascidos são alimentados mensalmente graças às doações
Alimento ideal para a primeira fase da vida, o leite materno impulsiona uma campanha de doação promovida pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Há um ano, o leite coletado em doações na unidade de saúde passou a ser pasteurizado e, livre de bactérias ou vírus, distribuído para recém-nascidos em condição de baixo peso, prematuros ou com necessidade da suplementação por outras indicações médicas.
Antes disso, o HC funcionou por 15 anos como ponto de coleta, onde mães já podiam solicitar a retirada de leite para seus filhos e recebiam orientações sobre o processo de amamentação. Em 2023, o hospital passou a contar com os equipamentos necessários para o processamento do leite, o que possibilitou que bebês recebam o alimento doado por outras mulheres além de suas próprias mães.
De acordo com a professora da Faculdade de Medicina da UFMG Maria Cândida Ferrarez Bouzada, em média são alimentados mensalmente 46 recém-nascidos com o leite distribuído pelo banco de leite do HC-UFMG. Cerca de 10 bebês têm a nutrição garantida em um dia a cada 300 ml de leite materno pasteurizado doado, conforme dados da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
Para ser doadora, a mulher em período de amamentação precisa estar com boa saúde e exames atualizados, não usar determinados medicamentos e nem bebida alcoolica, além de não ser fumante. “Toda mulher que amamenta é uma possível doadora, inclusive a Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou, recentemente, nota pontuando que mães enlutadas pela perda do bebê também podem doar leite materno”, destaca a professora Bouzada.
Na capital mineira, há seis bancos de leite capacitados para acolher mães e orientar sobre a doação ou recebimento do alimento – clique aqui para conferir a unidade mais próxima à sua casa, em qualquer lugar do Brasil, pelo site da Fiocruz. O serviço mantido no HC-UFMG integra a Rede Global de Bancos de Leite Humano, uma iniciativa que tem o Brasil como líder e país gestor. O pioneirismo nacional no assunto vem de longa data, como explica a nutricionista Maria Cristina Cassiano.
“Temos tecnologia de ponta para o manejo de doações de leite. Por exemplo, foi a Rede Global de Bancos de Leite Humano quem instituiu, na década de 1980, o uso de frascos de maionese e de café solúvel para armazenamento seguro do leite materno, substituindo os frascos de vidro fabricados para esse fim, que tinham custo muito maior”, diz a nutricionista.
Banco de Leite Humano, Hospital das Clínicas – UFMG
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