Clínica da Dor oferece terapias minimamente invasivas não apenas à pacientes com câncer como também para pessoas com fibromialgia, problemas ortopédicos, e outros
Pelo menos 37% da população brasileira sente dor de forma crônica. Esse percentual pode aumentar ainda mais com o isolamento social, já que as pessoas, ao ficarem em casa, tendem a se exercitar com menos frequência. Os dados são de um estudo da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (Sbed). Outra informação vem da Organização Mundial da Saúde (OMS): as principais queixas são, especialmente, nos tendões e articulações.
Pensando nesse tipo de problema, cada vez mais comum entre os brasileiros, já existem unidades de saúde que contam com profissionais voltados exclusivamente para o tratamento de pacientes com dores crônicas. É o caso do Cetus Oncologia [hospital dia oncológico com sede em Betim e unidades em Belo Horizonte e Contagem], que acaba de lançar a ‘Clínica da Dor’, setor do hospital que funciona nas unidades Betim e BH. O serviço é voltado para ampliar a linha de cuidados com os pacientes oncológicos e também atender pessoas com fibromialgia, problemas ortopédicos, reumatológicos e neurocirúrgicos.
De acordo com o médico anestesiologista Henrique Lemos, responsável pela clínica ao lado da colega Joana Angélica Vaz de Melo [ também anestesiologista], a dor que se restringe por até três meses é considerada aguda. Um exemplo é a dor pós operatória, que se resolve após diagnóstico e cirurgia. Já a crônica é aquela que se mantém por mais de três meses, podendo durar anos, já que persiste além do tempo normal de resolução da lesão tecidual, sendo considerada uma doença por si só. “Entre elas estão as que atingem a região lombar, as articulações, a face, a boca, o pescoço. Isso sem falar das dores de cabeça, em geral, e as enxaquecas, que também são frequentes”, explica.
Diante de um possível quadro de dor crônica, Henrique revela ser importante que o médico prolongue a conversa com o paciente e tente entender seus relacionamentos bem como sua parte emocional. “Por isso é necessário um atendimento multidisciplinar”, explica Lemos acrescentando que a Clínica da Dor conta também com o apoio do serviço de psicologia do Cetus. “Muitas vezes, a dor crônica é tão nociva que pode estar ligada à depressão, transtornos de ansiedade e até ao suicídio”, destaca.