Praticar exercícios físicos diariamente ajuda na prevenção de doenças

Durante o surto de coronavírus as pessoas podem fazer atividades físicas em casa

Créditos da imagem: Rocksweeper / Shutterstock.com
Clara Mariz *
19/03/20 às 12:00
Atualizado em 21/05/20 às 13:14

Com a expansão do novo coronavírus, muitas pessoas têm se questionado quanto a continuidade dos exercícios físicos. O principal questionamento é em relação à eficácia dessas atividades no combate, e, principalmente, tratamento da doença.

De acordo com um documento expedido pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, nesta quarta-feira (18),  a pratica regular de exercícios físicos está associada a uma melhora da função imunológica em seres humanos, o que vai otimizar as defesas do organismo diante de agentes infecciosos, como o Covid-19.

O texto foi elaborado com base nas declarações da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde, que orientou que as pessoas não frequentem lugares com aglomerações e fechados. O documento orienta, ainda, que caso a pessoa esteja com sintomas e sinais compatíveis com infecções respiratórias como febre, tosse e falta de ar, a prática de exercícios deve ser suspensa.

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Para o preparador físico Guilherme Lucrecio Franklin, as pessoas não precisam estar fora de casa para praticar algum tipo de atividade. De acordo com ele, em momentos como esse elas devem manter sua rotina física, mesmo que reduzida. “Muitas pessoas já adotaram a prática de exercícios dentro de casa. Sem esquecer a importância de consultar um profissional capacitado, existem inúmeras possibilidades de atividade como pular corda, subir e descer escadas, realizar exercícios em forma de circuito como abdominais, flexões, agachamentos e saltos”, afirma.

Segundo Guilherme, as atividades físicas em longo prazo geram um efeito crônico de fortalecimento do sistema imune, devido à constante quebra da homeostase, responsável pelo equilíbrio do corpo, assim o organismo se adapta constantemente, o que o condiciona a combater melhor um antígeno, como o Covid-19. Porém, instantaneamente, o exercício gera um stress no organismo, o que não contribui para a luta contra as doenças. “O exercício físico deve ser um hábito de vida e deve ser mantido nesse momento, porém, iniciar uma atividade acreditando que auxiliará imediatamente no combate ao vírus não é uma ideia verdadeira, a adaptação é gerada a longo prazo, mas nunca será tarde demais para adquirir esse hábito”, explica.

A personal trainer, Jordana Caetano Vinhal, afirma que para aqueles que já possuem uma rotina de exercícios com profissionais e em academias, é mais fácil seguir com o planejamento de casa. De acordo com ela, muitos profissionais enviam vídeos e fazem consultorias online para que o aluno não fique parado durante a quarentena. “Nós enviamos vídeos para os alunos com exercícios que eles já estão acostumados e já fizeram. Então a execução será da maneira correta e não haverá risco de lesão”, relata a professora.

*Confira seis aplicativos para fazer atividades físicas em casa.

Grupo de risco

As pessoas que estão mais propensas a contrair o Covid-19 são os idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas. Para Guilherme Lucrecio Franklin, devidamente orientadas por um profissional, essas pessoas podem realizar exercícios dentro de casa. No caso dos idosos, o mais comum é a caminhada. “Os exercícios são bons para os idosos, seja para retardar processos naturais do envelhecimento como a queda da eficiência do sistema imune, em longo prazo, ou por lazer, entretenimento, contribuição com a funcionalidade como aumento ou manutenção dos níveis de força e flexibilidade que permitem maior autonomia. O exercício físico é uma prática possível a todos desde que sob orientação adequada”, afirma o preparador físico.

*estagiária sob supervisão da jornalista Bárbara Batista