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Você sabe qual a importância do brincar em tempos de isolamento social?

Sou BH conversou com uma terapeuta clínica infantil que explica como os pequenos são afetados e como as brincadeiras podem ajudar neste momento


Créditos da imagem: Flamingo Images/shutterstock

Redação

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05/06/20 às 14:00
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Entre tantos desafios enfrentados durante a quarentena, devido à pandemia da Covid-19, um deles é o das famílias que têm crianças em casa. Com o isolamento social veio o consequente fechamento das escolas, e, assim, mais tempo com os pequenos nas residências.

Porém, o desafio não é só para os responsáveis, as crianças também são afetadas de diversas formas neste momento em que vivemos. Se os adultos precisam das relações humanas para se desenvolverem plenamente como pessoas, as crianças, que estão aprendendo a socializar, necessitam ainda mais. É o que a afirma a neuropsicóloga e terapeuta clínica Lúciana Gaudío, que trabalha com atendimento infantil, e reitera ainda que “além da socialização, a criança precisa de atividades para desenvolver sua coordenação motora e suas habilidades cognitivas”, também alteradas, já que situação de isolamento restringe a convivência e muda completamente a rotina de todos.

A psicóloga declara que é importante, mesmo em casa, estabelecer uma rotina para os pequenos. “Estar longe da escola e dos colegas pode gerar bastante ansiedade na criança, interferindo em seu sono, apetite, na sua respiração e em seu humor. A rotina ajuda a criança na organização do tempo, auxilia no desenvolvimento da confiança, da segurança e da autonomia, e ainda permite uma melhor integração de experiências físicas, sociais e psicológicas”, diz.

E se tem algo fundamental para ajudar as crianças a passarem por este momento da melhor forma possível são as brincadeiras e estímulos em casa. “É bom estimular a criança a fabricar seu próprio brinquedo, a usar a sua imaginação e criatividade. Brinquedos muito “prontos”, automáticos, contribuem pouco para o desenvolvimento da criança”, explica Lúciana.

Aliados interessantes, dependendo da idade, são os recursos do desenho e do diário, já que a criança pode usá-los como forma de projetar sentimentos. Criar seu próprio brinquedo, dançar, participar de vídeo-chamadas com amigos e familiares, fazer receitas e atividades físicas são algumas das opções, o que importa é soltar a criatividade e a imaginação. 

Agora, se a ansiedade estiver frequente, “podem ser utilizadas técnicas de respiração com balão e outros, e em casos mais graves e persistentes, há psicólogos infantis atendendo on-line”, finaliza a terapeuta.