Marcas produzidas em Minas vem conquistando espaços nas prateleiras dos mercados e nos cardápios dos bares de Belo Horizonte
À medida que o mineiro descobriu o gin, as marcas artesanais em um estado reconhecido pela produção de cachaça proliferam nas gôndolas dos supermercados e nos cardápios de drinks dos principais bares de Belo Horizonte. Os líderes de mercado ainda são os estrangeiros, mas os artesanais elaborados em Minas, com produtos de maior valor agregado quanto com opções para quem quer gastar menos, seguem em franca expansão.
As possibilidades de misturas com especiarias, frutas, flores e outras ervas fazem com que a bebida à base de zimbro agrade os mais diversos paladares, desde os que preferem algo mais leve como um gin tônica, ou elegante como um Dry Martini – coquetel marca registrada do personagem James Bond na franquia de filmes 007 -, até os fãs do Negroni, drink de origem italiana que se tornou um dos coquetéis mais consumidos do mundo.
Outra forma de consumir gin que vem conquistando os paladares mineiros é por meio de um coquetel pronto para beber. A destilaria Vanfall, por exemplo, aproveitou-se da marca já consolidada com os clientes e mundialmente premiada para criar uma nova linha de produtos, a Ready To Drink,
O produto, oferecido em uma lata de 310ml, utiliza em sua base alcoólica o próprio destilado da marca e traz em sua composição uma infusão de mexerica, gengibre, canela e hortelã, combinação que permite à bebida gaseificada um sabor leve e refrescante. Há versões também da bebida que misturam vinho com o gin.
“Aprendemos que o gin era uma bebida glamourizada e que trazia status a quem a consumia. Mas queríamos criar algo que traduzisse a realidade de ser jovem e querer acima de tudo viver novas emoções. Nosso gin traz um toque de refrescância e jovialidade à bebida”, afirma Rômulo Stockler, um dos sócios e fundadores da Vanfall.
Foto: Luiz Triz
Aposta das cervejarias
No fim do ano passado, a Cervejaria Läut lançou o gin Jimmy, sua aposta para ampliar a presença no mercado de bebidas. “Éramos muito questionados pelos clientes que gostam da marca, se iríamos ter um gin fabricado por nós, então decidimos criar a marca. Foram oito meses de testes, estudos, criamos uma equipe própria para o produto”, explica Henrique Neves, proprietário da marca.
Foto: Suellen Costa
A tendência da fábrica de cerveja produzir gin também é observada em outras marcas, como a Backer, com os gins e whiskies da marca Lebbos, e o da Capim Branco, que começou a produzir o gin Art89. Outra que segue nessa toada é a Ouropretana, que, além da versão tradicional em garrafa, possui a bebida pronta Gin Tônica, em lata.
Foto: Divulgação
Diferentemente das demais cervejarias, a Krug Bier, que detém o título de primeira cervejaria artesanal de Minas Gerais, optou por fechar uma parceria com uma marca de gin já estabelecida no mercado mineiro. Em 2022, ela passou a comercializar os produtos da Yellow Bird, que conta com um gin e com a vodka Malua.
“Entendemos que seria importante incrementar o nosso mix de produtos para atender ainda melhor aos clientes, porém depois de muito pesquisar e estudar as possibilidades, vimos que ao invés de sair do nosso foco, que era a cerveja, seria melhor encontrar bons parceiros, também focados em suas áreas de atuação e que, assim como nós, produzem com excelência. Daí veio a parceria com a Yellow Bird, que tem muita sinergia com o nosso negócio”, explica Alexandre Bruzzi, diretor da Krug Bier.
Crédito: Divulgação
Para quem acha que as vendas já cresceram demais, consultores de consumo e produtores apostam que ainda há espaço para expansão e segmentação no mercado de gin – e seguem investindo. A Euromonitor, por exemplo, contabiliza que o consumo do destilado no mercado brasileiro saltou de 1,1 milhão de litros em 2016, para 13,1 milhões de litros em 2021. Sua estimativa é de que o volume vai quase triplicar até 2026, para 35,2 milhões de litros.
Justamente de olho nessa possibilidade de crescimento, a Destilaria Don Luchesi, proprietária da marca O’GIN, investiu em 2021 para a criação de uma nova fábrica, em Lagoa Santa, na Grande BH. A fábrica saiu de módicas 20 mil garrafas por mês para 200 mil em apenas um ano de operação.
Para reforçar a presença do seu principal produto, O’GIN, a empresária Laiza Machado, sócia da Don Luchesi, abriu lojas conceitos nos últimos anos no Mercado Central, um dos principais destinos turísticos da capital mineira, e no saguão do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.
Recentemente, O’GIN recebeu três medalhas, sendo duas de prata e uma de bronze, em um dos principais concursos internacionais de destilados, o IWSC, realizado em Londres.
Foto: Don Luchesi/Divulgação