Multiartista mineiro colaborou com guardas de reinado e com artistas negros em tributo à tradição
A cultura do reinado, trazida ao Brasil por povos africanos do grupo Banto, encontrou seu terreno mais fértil em Minas e por aqui fincou raízes. Sua principal manifestação, o Congado, é patrimônio imaterial do estado que influencia há gerações a obra de artistas como o cantor, compositor, multi-instrumentista e ator Sérgio Pererê. Em ‘Velhos de Coroa’ (2023), álbum recém-lançado que vira show em 09/02 e 11/02 na capital, o artista une o talento de mestres (os condutores) e caixeiros (percussionistas) das guardas de congado com o trabalho de músicos e outros artistas de renome da música afro-brasileira, conectando as pontas de um mesmo fio – da cultura ancestral à produção contemporânea, esta sob influência daquela. “Não é um álbum didático que ensina o que é o congado e o reinado. ‘Velhos de Coroa’ é um grande poema em homenagem a essa cultura, a essa tradição”, explica Pererê.
O repertório é feito de cânticos do congado e composições inéditas do artista mineiro, inspiradas pela mesma tradição. “As canções narram a natureza do congado, essa cultura afro mineira, trazendo os tambores de Minas e elementos da devoção mineira reinadeira, além de menções a uma ancestralidade mais antiga – de onde vem essa cultura e os lugares para onde pode ir, combinando rítmicas um pouco mais complexas e melodias singelas”, aprofunda Sérgio sobre o álbum.
Uma das colaborações do multiartista no disco é com Belinha, a Rainha Conga de Minas, matriarca da Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário. Para os ouvintes já iniciados no mundo do congado, o trabalho de Pererê soa familiar nos detalhes. “Várias canções, sobretudo as inéditas, têm elementos que somente quem é ligado ao reinado vai conseguir entender a fundo. A intenção do álbum é falar com esse público e também com todos os corações abertos a essa devoção banto estabelecida em Minas Gerais”, observa o artista.
Sérgio Pererê apresenta ‘Velhos de Coroa’ ao vivo
• 9/02 (quinta-feira) às 20h no Espaço Cênico Yagi – Teatro Raul Belém Machado (Rua Leonil Prata, s/nº – Alípio de Melo)
Ingressos gratuitos com retirada antecipada neste link
• 11/02 (sábado), às 17h no Centro Cultural Vila Marçola (Rua Mangabeira da Serra, 320 – Marçola)
Entrada liberada – sujeita a lotação do espaço