Cultura

Saiba como será o monumento em homenagem às 272 vítimas fatais de Brumadinho

Projeto aprovado em concurso do Governo de Minas será instalado na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte


Créditos da imagem: Governo de Minas/Divulgação
Monumento será formado por 272 peças de perfis humanos, em diferentes posições e tamanhos

Redação Sou BH

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24/01/23 às 09:59
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O Governo de Minas definiu como será o monumento em homenagem às 272 vítimas fatais da tragédia de Brumadinho, que será instalado na Cidade Administrativa. Assinado pelo arquiteto Daniel Rodrigues, de Uberaba, no Triângulo Mineiro, o projeto que venceu concurso realizado pelo governo tem o nome de Bruma Leve. Foi pensado como um grande conjunto de peças vermelhas em tamanhos variados, algumas de até 2,72 metros, com o formato de pessoas assumindo diferentes posições. Cada peça representa uma vida pedida, totalizando 272, e cada nome de vítima estará registrado em uma delas. Para quem as observar mais de perto, as peças formarão silhueta de uma face humana. 

Na visão do arquiteto, Bruma Leve também representa as montanhas da região onde Brumadinho se situa, e transmite a ideia de fluidez e leveza que a bruma tem quando passa pela cidade. O vermelho foi escolhido porque representa dor, mas também é uma cor associada ao amor, à coragem e à força, sentimentos demonstrados e exemplificados pelas pessoas que tiveram suas vidas afetadas desde o rompimento da barragem. O projeto aprovado pelo Governo de Minas já foi apresentado à Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho (Avabrum).

A presidente da associação, Alexandra Andrade Gonçalves Costa, comemora a instalação do monumento na sede do Governo de Minas. A geógrafa perdeu o irmão Sandro Andrade e o primo Marlon Gonçalves no desastre. “Ficamos muito satisfeitos em saber que eles vão ser homenageados, vão ser honrados na Cidade Administrativa, um local que recebe pessoas de Minas, do Brasil, até de outras partes do mundo. Elas terão oportunidade de relembrar o que aconteceu em Brumadinho, e também outras pessoas que não acompanharam vão saber o que aconteceu com eles”, diz Alexandra.

Com o projeto inicial aprovado, o monumento ainda tem algumas etapas pela frente antes que seja de fato construído e instalado na Cidade Administrativa. A presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), Marília Palhares Machado, explica o que falta até que as peças estejam montadas em frente ao Palácio Tiradentes: um processo de licitação ainda será aberto para que o projeto saia do papel.

“O concurso diz respeito a um projeto básico. Agora, vamos contratar o projeto executivo e, daí, contratamos a obra propriamente dita. Ele [monumento] não pode ficar absolutamente no papel, esse é o compromisso do governo e do próprio Iepha. Já existe o recurso oriundo do Tesouro Estadual. Os próximos passos vão depender dos prazos que a legislação exige, porque vai ser uma licitação, para possivelmente no ano que vem já termos implantado”, detalhou.