De segunda a sábado, boteco raiz tem estufa farta, cerveja gelada e tira-gostos de qualidade
São raros os estabelecimentos gastronômicos que lotam numa segunda-feira. O Bar do Juveninha, no Castelo, é um deles. Provavelmente, um dos motivos é a inusitada ação que o boteco promove em toda segundona de dar churrasco gratuito para os clientes. E não pense que é “carne de segunda” ou que só se come uma vez. O churrasco é de qualidade e o gerente André e os garçons da casa circulam a noite toda com pratinhos de carne para os clientes comerem à vontade.
Outros motivos para o sucesso de público do bar são o excelente atendimento e a qualidade das porções, entradas, pratos principais e demais comidinhas que são servidas há quase 15 anos no mesmo endereço, na rua Castelo da Beira, quase na esquina com a avenida Miguel Perrela.
O Juveninha é comandado pelo Iuri, que tem a botecagem no sangue, pois acompanhou de perto o pai na administração por décadas do Juvenas Bar, no bairro Serrano. Inclusive, a ideia do churrasco grátis na segunda-feira foi importada de lá. Assim como o tempero da mãe do Iuri, que era utilizado no Juvenas e segue presente nos preparos do Juveninha.
Como manda a cartilha dos melhores botecos do estilo “raiz” de Belo Horizonte, o Juveninha é adepto da estufa. A vitrine que é a última fronteira dos autênticos barzinhos, uma tradição fora de moda, mas que — ainda bem — resiste na boêmia da capital. Ao todo, são oito especialidades, entre carne cozida, língua recheada, almôndegas, pescoço de peru, vaca atolada, joelho de porco, torresmo e linguiça. Com exceção da linguiça (R$ 10,90), todos os tira-gostos são vendidos a R$ 13,90. Qualquer um dos petiscos pedido chegará à mesa em um pratinho com porção generosa.
A dica é começar pelo torresmo, extremamente crocante e macio ao mesmo tempo, e ir se aventurando pela estufa. Para acompanhar, a casa se orgulha em servir a cerveja “mofada” de garrafa com 600ml. Bohemia, Original, Stella e Amstel saem por R$ 12,90 e a Heineken é vendida a R$ 15,50.
A chegada do Outono, no domingo (20), derrubou de leve a temperatura em Belo Horizonte, principalmente durante a noite. Ocasião perfeita para experimentar um dos vários “angus” do cardápio. Seguindo a dica da minha amiga Isla Prata, do Projeto Comer e frequentadora assídua do Juveninha, pedi meia porção de angu à baiana com suã (R$ 19,90).
Dica certeira e prato farto. Ele vem acompanhado com um molho a parte para você seguir regando o angu à medida que vai comendo. Uma sugestão para incrementar o preparo a base de fubá é pedir o molho de língua recheada no lugar do caldo de suã. A combinação é inusitada, mas vale a pena por acrescentar ainda mais sabor. Em tempo, a porção inteira do prato sai por R$ 24,90. Há também versões do angu com pescoço de peru, carne cozida, molho a bolonhesa e língua recheada.
O Juveninha possui cardápio diverso, com porções de peixes, como a de tilápia com cebola empanada (R$ 47,90), e de carnes, como o contrafilé com fritas (R$ 79,90) e o fígado com cebola e jiló (R$ 39,90). Lembrando que a batata servida lá é “de verdade”. Eles não utilizam a congelada no preparo.
A casa trabalha com delivery por aplicativo próprio, onde disponibiliza, além dos petiscos, caldos e tira-gostos, um farto almoço de segunda a sábado por R$ 17,90. No domingo, o Juveninha fecha para o merecido descanso do André, do Iuri e dos demais funcionários.
Bar do Juveninha
Segunda a sábado, das 11h à 1h
R. Castelo da Beira, 262 – Castelo