Bruno Rabello aponta episódio como "dia de fúria" e pede perdão à funcionária
Bruno Resende Rabello, o procurador do estado de Minas Gerais que foi filmado enquanto cuspia e tentava agredir uma funcionária do cinema no Diamond Mall, publicou um vídeo de desculpas nas redes sociais nesta quarta-feira (17). O homem foi identificado rapidamente após o incidente, que ocorreu na segunda-feira da semana passada (8 de julho)
No registro publicado na internet, Bruno repudia a própria atitude, que foi flagrada pelas câmeras de segurança do shopping na Região Centro-Sul de BH. Ele descreve o episódio como um “dia de fúria no cinema” e classifica o próprio comportamento como “inadmissível, inaceitável, nojento”.
O procurador usou a publicação para desculpar-se com a mulher, de 25 anos, que na ocasião atendia no caixa do estabelecimento. Ela sofreu o ataque depois de se recusar a repor, dentro da sala de cinema, a pipoca comprada pelo cliente.
“Hoje eu sei que eu causei uma dor imensa a ela, causei dor às pessoas que gostam dela. Acho que ela não quer me ver, não quer me encontrar, ela deve estar traumatizada com a postura agressiva que eu tive naquele dia”, diz Rabello no vídeo.
Ao recordar-se do acontecido, Bruno conta que passou aquela noite em claro, pensando em maneiras de se redimir com a funcionária. “Eu não sabia de imagem gravada, não sabia que isso ia ter repercussão midiática”, afirma.
Momento em que Bruno cuspiu na funcionária do caixa foi registrado pelas câmeras do cinema; ele foi identificado na mesma noite, pelo CPF na nota
Ao fim do vídeo, o homem diz esperar pelo perdão da funcionária do cinema. “É difícil para ela me perdoar, eu sei. O que eu mais escutei até agora é que o tempo ajuda. Espero que ela, com o tempo, um dia consiga entender que eu não sou aquele monstro que aparece nas imagens. E que ela pudesse me perdoar”, finaliza.
Ainda no vídeo publicado em redes sociais, Bruno Rabello estende seu pedido de desculpas à própria família. “Eu envergonhei meus pais, envergonhei minha esposa. Estou tentando proteger minha filha, que não tem idade para saber que ela pode ser vítima de uma represália por conta de uma atitude impensada e inconsequente minha”, declara.
Ele menciona ainda o Minas Tênis Clube, entidade da qual é sócio. Rabello integrava a diretoria do clube, mas foi afastado pelo Conselho Deliberativo da instituição após a repercussão do fato. “Eu envergonhei meus colegas de trabalho, envergonhei meus amigos. Eu envergonhei a comunidade toda do Minas [Tênis Clube], que é minha segunda casa, a paixão da minha vida”, ele diz.
Na quinta-feira após o incidente (11), o governador do estado Romeu Zema anunciou que uma sindicância administrativa investigará o excesso cometido pelo procurador, que atua na Advocacia-Geral de Minas Gerais. O chefe do Executivo estadual apontou que as ações de Rabello podem representar “possível violação dos normativos da carreira e do Estatudo do Servidor Público”.