Cultura

Nova edição do CURA ocupará edifícios da Praça Raul Soares

Projeto vai acontecer entre os dias 25 de outubro e 2 de novembro no Centro de Belo Horizonte


Créditos da imagem: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
além da pintura das três empenas dos edifícios Levy, na Avenida Amazonas, Paula Ferreira, na Praça Raul Soares, e Savoy, na Avenida Bias Fortes, será feita uma instalação urbana na fonte da praça - criada pelo grupo Giramundo - e a pintura do asfalto que contorna a praça

Thiago Alves

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23/09/21 às 10:59
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Os saudosistas podem até reclamar da mudança de endereço da 6ª edição do Circuito Urbano de Arte (CURA). Mas quem ganha com a alteração é a cidade de Belo Horizonte. Entre os dias 25 de outubro e 2 de novembro, o festival que transforma laterais cinzas de edifícios em murais cheios de arte, cores e vida vai deixar o mirante da rua Sapucaí, na Floresta, para ocupar três empenas da Praça Raul Soares, no Centro da capital mineira.

O objetivo é aproximar a arte da população. Para isso, além da pintura das três empenas dos edifícios Levy, na Avenida Amazonas, Paula Ferreira, na Praça Raul Soares, e Savoy, na Avenida Bias Fortes, será feita uma instalação urbana na fonte da praça – criada pelo grupo Giramundo – e a pintura do asfalto que contorna a praça. Para que todas essas ações possam sejam feitas e o público consiga contemplar de perto os trabalhos de pintura, parte do trânsito na Av. Amazonas será fechado para a circulação de veículos, exceto nos horários de pico.

“A ideia é abrir mais espaço para os pedestres e ciclistas, para que eles usufruam desse momento. Também queremos criar uma iluminação especial com foco nas obras e principalmente deixar um ambiente para que as pessoas circulem e ocupem”, disse Juliana Flores, uma das idealizadoras do CURA.

O sucesso do CURA não se resume somente a Belo Horizonte. Segundo Priscila Amoni, uma das idealizadoras e curadoras do festival ao lado de Janaína Macruz e Juliana Flores, convites foram feitos para levar o circuito para outras cidades do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo. “Conversamos muito sobre isso, mas amamos BH e nosso objetivo é fazer com que todo o mundo venha para cá. Colocar a cidade no mapa mundial do grafite, arte urbana e muralismo”, explica.


Cultura Majoara

Para esta edição do CURA, a cultura Majoara será exaltada em um gesto de memória. “Por tentarem apagar nossa história, invisibilizar nossos mortos, invocamos os guardiões da cultura e da vida. Se na dimensão terrena estamos em luto, o encantamento das ruas continua” conta Janaina Macruz, idealizadora e curadora ao lado de Juliana Flores e Priscila Amoni.

Seguindo o fluxo da Avenida Amazonas, o festival esse ano aborda a importância seminal desse rio — com seu protagonismo na vida de plantas, animais e pessoas —, das águas e das florestas, bem como a de seus povos guardiões, os povos originários da América do Sul. “O CURA este ano vai para outra dimensão; vamos acessar outras camadas da existência e compreender a fé sob a perspectiva transreligiosa”, completa Priscila.

Com o mote “Você não está sozinha!”, o festival quer se conectar com o outro e com outros seres na certeza de que não estamos sós e de que o futuro é coletivo.

Convocatória nacional

Termina neste domingo (26) a convocatória que irá selecionar um dos artistas escalados para a 6ª edição do CURA. O artista irá pintar uma empena de aproximadamente 649,95m. Podem participar da convocatória todas as pessoas acima de 18 anos e residentes no Brasil. Serão aceitas propostas individuais ou de coletivos, sendo que cada concorrente poderá integrar/enviar uma única proposta de intervenção, ou seja, um esquema desenhado da ideia a ser concretizada. Para participar, é preciso preencher um formulário disponível no site do CURA. O resultado será divulgado no dia 10 de outubro.