Exposição abre as atividades e projeto educativo começa ainda no primeiro semestre
Após dois anos de obras, o
Governo de Minas vai reabrir a Fazenda Boa Esperança para visitação
pública, a partir das 10h desta sexta-feira (31), com inauguração de exposição
e projeto educativo.
Localizada no município de Belo Vale, a 76 quilômetros de Belo Horizonte, a fazenda, tombado pelo Instituto Estadual do
Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) e pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan), passou, entre 2017 e 2018, por uma restauração arquitetônica e estrutural na sede.
Uma exposição de longa duração
faz parte dessa primeira etapa da reabertura do espaço para a visitação
pública. A mostra traz informações sobre a ocupação do território em que a
fazenda está inserida, suas características econômicas e produtivas, arquitetura
e cotidiano. O altar-mor e algumas peças da capela, atribuída ao artista
João Nepomuceno e, ainda, em restauração, também estarão expostos, oferecendo ao
visitante uma oportunidade para conhecer parte da dinâmica do trabalho de
preservação e conservação desse importante patrimônio cultural.
A reabertura de Boa Esperança
conta também com o programa Encontro com Educadores – Redescobrindo
Sentidos, que tem como objetivo construir, com educadores formais e
informais, conhecimentos que colaborem com a discussão em torno da preservação do patrimônio cultural. Ao final, os participantes fazem uma
visita mediada.
Todas as atividades foram viabilizadas
pelo projeto de restauração e pelo ReFazenda, uma parceria entre o Instituto
Inhotim e o Iepha-MG, que permitiu que o público e as comunidades locais
tivessem experiências e reflexões sobre patrimônio e políticas culturais.
A Fazenda Boa Esperança
Segundo registros, a construção
da Fazenda Boa Esperança teria começado entre os anos de 1760 e 1780, com sua
inauguração possivelmente em 1822. Durante o período em que pertenceu a
Romualdo José Monteiro de Barros, o Barão de Paraopeba, o local foi elemento central de
um complexo produtivo que abarcava outras fazendas, também de propriedade da
família. Além da produção agrícola, que contribuía para o abastecimento, não
apenas do Vale do Paraopeba, mas, também, de Ouro Preto e de Barbacena, eram
produzidos fios, roupas e ferramentas que a tornavam autossustentável. De
acordo com relatos, os escravos que viveram na Fazenda e seus descendentes
teriam dado origem a pequenas comunidades no entorno, entre elas a Boa Morte e Chacrinha
dos Pretos.
A Fazenda Boa Esperança foi
adquirida pelo Governo de Minas Gerais em 1974 e constituiu o patrimônio de
fundação do Iepha-MG. Em 1959, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, hoje, Iphan, já havia reconhecido a propriedade como importante
patrimônio histórico, determinando seu tombamento. Em 1975, coube ao Iepha-MG
fazer o tombamento estadual, para preservar o registro histórico do modo de
vida das sociedades rurais do período colonial brasileiro.
Com a revitalização, o espaço
passa a compor o circuito de equipamentos culturais da região do Vale do
Paraopeba.