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Minas é um dos estados que mais gastam com internações causadas por acidentes de trânsito

Dados do Ministério da Saúde apontam que seis de cada dez casos graves são de pessoas entre 15 e 39 anos


Créditos da imagem: Arquivo/Agência Brasil

Agência Brasil

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23/05/19 às 17:25
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Os acidentes no trânsito deixaram mais de 1,6 milhão de
brasileiros feridos nos últimos dez anos, e representaram um custo de cerca de
R$ 2,9 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). São Paulo e Minas Gerais
lideram o ranking de gastos federais com atendimentos por desastres nas ruas e
estradas.

Em 2018, o gasto de São Paulo foi de R$ 57 milhões e de
Minas Gerais, de R$ 29 milhões. As informações são de um levantamento do
Conselho Federal de Medicina (CFM), baseado em dados do Ministério da
Saúde. 

Os dados apurados revelam também que entre 2009 e 2018 houve
um aumento de 33% na quantidade de internações por desastres nas ruas e
estradas. 

Na avaliação do diretor da
Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e membro da Câmara
Técnica do CFM, Antônio Meira, esses acidentes já são considerados um dos
principais problemas de saúde pública do país.

“Além de provocar sobrecarga no
serviço com aumento da ocupação dos leitos hospitalares, causa um prejuízo
irreparável quando ocorre uma morte ou uma pessoa fica incapacitada para suas
atividades habituais, como também traz prejuízo enorme para a saúde pública”,
detalha o diretor.

Internações

O levantamento assinala que o número de internações no SUS
por desastres nas ruas e estradas do Tocantins saltaram de 60 em 2009 para
1.348 em 2018. Pernambuco também teve crescimento significativo passando de 845
para 6.969.

Em alguns estados houve queda no número de internações. O
Maranhão reduziu em 40% as internações por acidentes de transporte nos últimos
dez anos, seguido por Rio Grande do Sul (22%) e Paraíba (20%).

O integrante do CFM, Antônio Meira, explica que as
internações de vítimas de acidente de trânsito são mais onerosas. “As
internações por acidente de trânsito são mais onerosas do que por outros tipos
de doenças porque no geral são politraumatizados, precisam de cirurgias
complexas, ortopédicas, neurológicas, precisam ficar em UTIs”.

Perfil

Entre as vítimas graves do tráfego no período de 2009 a
2018, os dados apontam que 60% dos casos são de pessoas entre 15 e 39 anos. Os
maiores de 60 anos representam 8,4% do total e a faixa etária até os 14 anos
representa 8,2%. Os principais acidentados são os homens (80%).

Prevenção

Em relação à prevenção dos acidentes relacionados ao
trânsito, Antônio Meira diz que grande parte deles são provocados por fatores
passíveis de serem evitados – como desrespeito às leis de trânsito, dirigir sob
efeito de álcool e drogas, excesso de velocidade e não usar equipamentos de
segurança como cinto e capacete. O diretor ressalta que para a prevenção é
importante que haja campanhas de conscientização permanentes e fiscalização,
além de ser necessário melhorar a infraestrutura das vias.

Campanha Maio Amarelo

Neste mês de maio ocorre a sexta edição da Campanha Maio
Amarelo, que tem como tema “No trânsito, o sentido é a vida”.

O movimento é internacional e chama a atenção para o alto
índice de mortes e feridos no trânsito com o intuito de estimular os
condutores, pedestres e passageiros optarem por um trânsito mais seguro. O laço
amarelo é o símbolo do movimento.