A música como elemento de inclusão. Essa é a proposta da Escola de Música Santa Cecília, que oferece aulas de Musicografia Braille, transcrevendo as partituras para o método de leitura utilizado por deficientes visuais. 

A escola existe desde 1999 e o projeto, que faz parte da grade de ensino há quase 16 anos, foi idealizado pelo pianista e diretor da Santa Cecília, Leandro de Paiva, que tem pais cegos de nascença e foi professor do Instituto São Rafael. O propósito é que cegos e não-cegos possam compartilhar, estudar e conviver com suas aptidões e diferenças.

A grade de cursos conta com piano, teclado, violão, guitarra, violino, saxofone, trompete, clarinete, musicalização infantil, flauta transversal, flauta doce, canto popular e canto lírico, teoria musical, além da Musicografia Braille, que tem maior procura nas modalidades de piano e violão.

As aulas são divididas em dois estilos: teórica e prática. Na teórica, o aluno vai aprender a ler e interpretar as partituras com os sinais musicais em braille. Os participantes que não conhecem o método de leitura, terão aulas introdutórias à linguagem para estudar os sinais do braile. Já nas aulas práticas, os alunos vão conhecer todo o passo a passo para tocarem o instrumento.

Leandro conta que todo o processo é delicado e dividido em etapas. “Para a gente que enxerga, é só colocar a partitura na frente e tocar. Já eles precisam ler a partitura com a mão esquerda e interpretar, ler com a mão direita e interpretar, decorar, e ir juntando, pedaço por pedaço, para concluir a canção”, revela. 

Os valores variam entre R$ 275, duas vezes na semana, com aulas teóricas e práticas, e R$ 225 só as aulas práticas de instrumento. A matrícula custa R$ 50. Podem participar alunos com idade entre 4 e 90 anos, portadores de deficiência visual ou não. 

A Escola Inclusiva de Música Santa Cecília fica localizada na rua Chapecó, 469, no Prado. Conheça mais sobre a escola aqui.