O cantor participou de um projeto criado pelo ator e se cobriu de barro na performance Homem Lama
No início do mês, as redes sociais foram impactadas com uma foto do cantor e compositor Milton Nascimento coberto de lama. Imediatamente, muita gente relacionou a imagem com as tragédias causadas pelo rompimento de barragens de mineração no estado.
A foto, registrada em 2015, na Amazônia, faz
parte de um projeto do ator Daniel Oliveira, criado, na época, como protesto ao desastre da Samarco, que devastou Bento Rodrigues, em Mariana, mas que se ampliou depois do novo desastre provocado por uma mineradora em Minas, dessa vez a Vale, em Brumadinho.
O Homem Lama é formado por várias performances chamadas
de Improvisos Ritualísticos, cada uma com um personagem. “Geralmente faço
essas performances em lugares de natureza, como Amazônia, Jalapão, Serra do
Cipó. O Homem Lama é um personagem atemporal, sem gênero, sem cor de pele – a
cor é a cor da lama do local”, conta Daniel.
O texto da publicação do cantor – que teve quase 50 mil curtidas e 634 comentários – explica que o ritual consiste numa performance onde os atores se cobrem de lama
com o intuito de abordar uma crítica social assim como também levantar questões
relacionadas à natureza e ao homem.
“Milton Nascimento chegou para
ser um Deus da Floresta. Pela pessoa que é, pela magnitude artística que tem,
ele é sim um Deus entre nós. Chamei esse Improviso Ritualístico de “Lama
Nascimento”, ressalta Daniel.
A parceria com Bituca também
rendeu uma música, que entrou para o outro projeto também criado na Amazônia
por Daniel, o Cinemúsica Particular. Nesse trabalho musical, o ator encontrou a
possibilidade de compor músicas inebriado pela atmosfera dos filmes que estava
fazendo.
O projeto Homem Lama I ainda não
foi finalizado e não há uma previsão de lançamento, mas Daniel garantiu a segunda
parte. “Homem Lama será eterno. Falta pouco para essa parte I sair, mas virá, em breve. Outros Lamas vão chegar por aí ao longo da minha vida, da minha
caminhada na Terra”, finaliza o mineiro.