Entre os dias 09 e 29 de abril, o Memorial Minas Gerais Vale recebe a exposição fotográfica Elas, Madalenas, de Lucas Ávila. A mostra é fruto de uma pesquisa realizada desde 2011, e retrata a imersão no dia-a-dia de travestis, transexuais, drag queens, transformistas, andróginos, entre outros.
Pessoas de diferentes idades, ocupações profissionais e condições sócio-econômicas são reveladas em imagens que abordam questões relacionadas à identidade, afirmação, transformação e sexualidade.
Elas, Madalenas
A mostra é composta por 10 fotografias em totens (1,70m X 78cm), que ficarão expostos na escadaria principal do Memorial, e outras 10 (10cmX15cm) disponíveis para o público, impressas em formato pop-card e disponíveis em uma penteadeira na entrada do museu. São 6 fotografias impressas em preto e branco e outras 14 coloridas, conforme a estética escolhida pela curadora da exposição, Amanda Alves.
As fotografias foram realizadas durante o dia, em casa, locais de trabalho ou nos lugares que as transgêneros da cidade costumam frequentar. O recorte diurno, que não contempla questões relacionadas à prática sexual, mostra parte da realidade pouco vista pela sociedade. O objetivo é fazer com que o espectador veja a transição de gênero com naturalidade.
O nome “Elas, Madalenas” é uma referência à controversa imagem bíblica de Maria Madalena. Se para alguns pesquisadores dos evangelhos apócrifos ela foi considerada esposa e cúmplice de Jesus Cristo, para outros ela é a prostituta arrependida, salva momentos antes do apedrejamento. Por mais que os registros bíblicos não citem ou relacionem Maria Madalena à prática da prostituição, seu nome se tornou popularmente associado ao pecado, arrependimento ou negação da moralidade vigente na sociedade ocidental.
A Igreja Católica considera Maria Madalena uma santa, fiel discípula de Jesus que acompanhou seu calvário e a primeira a anunciar sua ressurreição. Assim como ela, a imagem dos transgêneros no Brasil também está popularmente relacionada à marginalidade em muitos casos por desconhecimento e preconceito.
Lucas Ávila é graduado em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) e em geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais. É sócio-proprietário da empresa Astronauta Comunicação, que desenvolve trabalhos de redação de textos e assessoria de imprensa em educação e cultura. Estudou fotografia na Escola de Imagem, em Belo Horizonte, e participou da exposição “Travessia”, em 2013, no Shopping UAI, sobre prostitutas de Belo Horizonte.
Visitação gratuita, na terça, quarta, sexta e sábado, de 10h às 17h30, com permanência até às 18h. Na quinta, de 10h às 21h30, com permanência até às 22h. No domingo, das 10h às 15h30, com permanência até às 14h.