Fotógrafo, pintor, escultor,
cineasta... são vários os atributos de Man Ray, um dos maiores artistas visuais
do início do século XX e expoente do movimento surrealista. E é parte de sua
história criativa que os belo-horizontinos vão conhecer a partir de dezembro na
exposição Man Ray em Paris, no CCBB. O público vai poder conferir 255 obras do
artista ainda inéditas no país, entre objetos, vídeos, fotografias e
serigrafias de tamanhos variados. A mostra fica em cartaz entre 11 de dezembro e
17 de fevereiro de 2020. A realização é da Artepadilla e o projeto conta com patrocínio
do Banco do Brasil e do Ministério da Cidadania. A entrada é gratuita.
Com curadoria de Emmanuelle
de l’Ecotais, especialista no trabalho do artista e responsável por seu
Catálogo Raisoneé, a mostra será dividida em duas categorias. A primeira trata
da fotografia como um instrumento de reprodução da realidade, focando-se em
seus famosos retratos - seu ateliê era uma referência entre a vanguarda
intelectual que circulava pela Paris da década de 1920 - nos ensaios para a
grife de Paul Poiret e em fotos para reportagens. Já na segunda, outro lado se
revela: o da manipulação da fotografia em laboratório com o intuito de criar
superposições, solarizações e “rayografias”, um termo criado por Man Ray (do
inglês “rayographs”), em alusão a si mesmo. Assim, portanto, ele inventa a
fotografia surrealista.
O projeto da exposição
prevê, ainda, reproduzir imagens da vida parisiense de Man Ray acompanhado
pelos artistas que lhe foram contemporâneos e por sua musa, Kiki de
Montparnasse. Além de uma programação de filmes assinados por ele, intervenções
como um laboratório fotográfico, com elucidações sobre as técnicas utilizadas
em sua obra, marcam a interatividade com o visitante. A produção executiva é da
Artepadilla.
Os quatro filmes de autoria
de Man Ray poderão ser vistos durante a visita na exposição. São eles: O
Retorno à Razão/1923 (Return to Reason), Emak Bakia/1926 (Emak Bakia), A
Estrela do Mar/1928 (Star of the Sea/The Starfish) e Os Mistérios do Castelo do
Dado/1929 (The Mysteries of the Chateau of Dice). Já Man Ray, Senhor 6 segundos
dirigido por Jean-Paul Fargier em 1998, será exibido em uma das salas localizadas
no 3º andar do CCBB-BH, dentro do percurso de visitação da exposição.