A Galeria Periscópio Arte Contemporânea apresenta, até o dia 2 de novembro, a exposição Memórias são Histórias da Pele, com peças criadas entre 2015 e 2018 pela artista goiana Selma Parreira.
A mostra, organizada em três momentos distintos, apresenta um breve recorte do projeto Machina, com histórias do Armazém Feliz – Secos e Molhados, que pertencia a sua família, a Cerealista e a máquina de beneficiar arroz com um um olhar singular e pessoal da artista.
A primeira fase mostra os registros das chamadas Poéticas do Anil com o resultado da herança da artista: centenas de pedras de anil, fabricadas para clarear roupas, sendo um lote que ganhou, quando o armazém fechou, no final dos anos 80.
Selma criou anéis com prata e anil, oferecendo-os em caixinhas como preciosidades secretas à lavadeiras do Rio Vermelho, na cidade de Goiás. Uma a uma, as mulheres testavam os anéis nos dedos e contavam suas histórias de luta pela vida. A sequência dos depoimentos foi batizada de A Dor e os Segredos.
Já a outra série, Velar e Revelar, traz obras feitas das sobras de lonas de caminhão que viraram tatuagens. O processo começou no ano de 2000 com as primeiras lonas, originárias da antiga máquina de arroz, adquiridas de caminhões. A sedução pelo desgaste e o posterior reaproveitamento do material e o trabalho dos profissionais relembram o ato de remendar manchas e rasgos das lonas.
A última parte da exposição destaca as telas feitas a partir da pesquisa do coletivo Machina no galpão da antiga Cerealista, exibindo painéis em grandes formatos, com planos profundos de cor e um mínimo de alusão narrativa, assumindo um caráter mais geométrico.
A mostra tem entrada gratuita e fica aberta para visitação até o dia 2 de novembro, de segunda a sexta, das 10h às 18h30, e aos sábados, das 10h às 14h.