Com o objetivo de incentivar a reflexão neste momento desafiador em que vivemos, a série Ideias, promovida pelo Sesc São Paulo por intermédio de seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF), traz a transmissão ao vivo de debates sobre as principais questões que tensionam a agenda sociocultural e educativa atual. Sempre às 16h, as conferências acontecem pelo canal do YouTube do Sesc São Paulo, com participação do público e tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Entre 20 e 24 de outubro, participam dos debates a educadora Caróu Oliveira, a quilombola Maíra Rodrigues da Silva, a articuladora do Museu das Remoções, Sandra Maria Teixeira, o médico Paulo Saldiva, a jornalista Rosane Borges, a também jornalista e atriz, Elisa Lucinda, e a artista de novas mídias, Mary Gatis.

Confira a programação da semana:

20/10, terça-feira

Cartografias do (In)Visível: Turismo, Memória e Ação Educativa

A cidade é atravessada pelas disputas em torno das memórias, sendo crescente a crítica a narrativas oficiais marcadas no espaço público, assim como o questionamento de marcos, monumentos, museus e símbolos. Grupos diversos - compostos por profissionais de diferentes áreas e moradores - têm reivindicado o reconhecimento e visibilidade de narrativas negras, indígenas, operárias, pessoas LGBTQIA+, dentre outras. Alguns destes grupos propõem o (re)conhecimento da cidade a partir de caminhadas reflexivas, roteiros que recontam a história de lugares e convidam cada participante à possibilidade de experiência crítica e sensível do espaço, revelando tensões conectadas entre passado, presente e vislumbres de futuro. Estas práticas têm evidenciando tanto disputas de narrativa na cidade quanto a própria dimensão política da prática turística. Como tais práticas têm atuado na constituição de um turismo diverso de modelos tradicionais? Quais contribuições seriam possíveis elencar? Como os participantes destas experiências têm também contribuído para a (re)construção dos próprios lugares e das práticas sociais neles realizadas? Como estes modos de experienciar a cidade podem contribuir para as lutas por reconhecimento de tais narrativas?

Participantes:
Caróu Oliveira - historiadora, ensaísta e educadora em espaços formais e não-formais com experiência em História, Arte Contemporânea, Arte-educação e Educação Patrimonial. Mestranda em História Social (UNIFESP) e cofundadora do projeto História da Disputa: Disputa da História.

Camila Cardoso - palhaça, produtora cultural, arte educadora e jongueira. Foi gestora de Políticas Públicas para Juventude na Prefeitura de Rio Claro (2014-2016). Gestora na Quilombaque e coordenadora da Agência Queixadas.

Mediação:

Silvia Hirao - bacharel em turismo e mestre em educação (USP). Coordenadora do Sesc Memórias, programa do Sesc SP dedicado a coletar, guardar, organizar e disponibilizar a documentação produzida pela instituição

Apresentação:
Fernanda Vargas - mestre em ciências humanas e sociais com pesquisa nas temáticas da memória e cidade. Diretora do documentário "Oxente Bixiga" (2020). Assistente técnica no Núcleo de Turismo Social do Sesc São Paulo.

21/10, quarta-feira

Remoções na Cidade e no Campo: Impactos nas Comunidades

Presenciamos um cenário na contemporaneidade de transformação nas cidades e no campo. Tal contexto é marcado por recorrentes "remoções", que obrigam cidadãos e comunidades inteiras a reinventarem suas histórias em novos espaços de habitação e em novos territórios, fazendo com que toda sociedade seja testemunha das diversas formas possíveis de despejos físicos e simbólicos, um processo que se alimenta de uma estrutura social que tem por base a desigualdade social, a concentração de terra, de renda e de poder. Nos quilombos, nas ocupações, nos assentamentos, formas de resistência são criadas para se opor a essa dinâmica perversa. Além de mobilizações feitas por lideranças e membros desses territórios, artistas e arte-educadores abordam tais temáticas em suas criações, a fim de não só visibilizarem as vozes e lutas de quem busca garantir o seu lugar na cidade e no campo, mas também como forma de colaborar para a construção de uma sociedade mais equitativa e democrática. Neste bate-papo, a intenção é colocar em troca e perspectiva diferentes pontos de vista desse cenário.

Participantes:

Maíra Rodrigues da Silva - doutoranda em Geociências pela Unicamp, bióloga e quilombola da comunidade de Ivaporunduva, Eldorado- SP. Membra da comunidade Jongo Dito Ribeiro- Campinas- SP.

Sandra Maria Teixeira - graduanda em História, atriz e articuladora do Museu das Remoções. Moradora da Vila Autódromo (Jacarepaguá - Rio de Janeiro), onde a comunidade local criou o Museu das Remoções.

Caio Franzolin - ator, arte-educador, figurinista e produtor. Mestrando em Artes e Licenciado em Artes pela UNESP. Membro do Grupo de Pesquisa Performatividades e Pedagogias.

Apresentação e mediação:

João Carlos Doescher Fernandes - coordenador de programação do Sesc Registro.

22/10, quinta-feira

A saúde nos números

O pensamento científico e as leituras da realidade e da conjuntura atual para sua compreensão e planejamento de ações pressupõem a produção, a análise e o uso de dados estatísticos para a criação e circulação de conhecimento. Esta palestra é voltada para a apresentação e contextualização das ações na área da saúde a partir da coleta de informações e do processamento de dados, considerando seus desdobramentos em políticas públicas no contexto da pandemia. O ciclo "A vida nos números" é uma parceria entre PUC-SP, NIC.br/Cetic.br e Sesc São Paulo.

Participante:

Paulo Saldiva - médico patologista e professor titular do Departamento de Patologia na USP. É doutor pela USP. Concentra atividades de pesquisa nas áreas de Anatomia Patológica, Fisiopatologia Pulmonar, Doenças Respiratórias e Saúde Ambiental, Ecologia Aplicada, Cidades e Saúde Humana, Humanidades e Antropologia Médica. É membro titular da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Ciências.

Mediação:

Fernando Almeida - filósofo e pedagogo, com doutorado em Filosofia da educação pela PUC-SP e pós-doutorado na área da Tecnologias da Educação, pelo CNPq/CNRS, em Lyon-FR. Foi secretário da Educação do município de São Paulo, vice-reitor da PUC-SP. Atualmente é professor titular do curso de pós-graduação em educação: currículo, na PUC-SP.

Apresentação:

Gustavo Torrezan - artista visual, educador e pesquisador. Doutor, mestre e graduado em Artes Visuais pela Unicamp. É pesquisador do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.

23/10, sexta-feira

O Poder da Arte e da Cultura na Reinvenção do Jornalismo

O Sesc São Paulo, em parceria com Alma Preta (SP), Marco Zero (PE), 1Papo Reto (SP/RJ) e Ponte Jornalismo (SP), promove a mesa de abertura do FALA! - Festival de Comunicação, Cultura e Jornalismo de Causas. O festival independente une profissionais que fazem comunicação e jornalismo a partir de experiências comunitárias, conectadas à defesa dos direitos humanos, ao combate às discriminações e desigualdades, à defesa do direito ao território e ao meio ambiente saudável e inclusivo. A proposta do festival nasce das experiências dos veículos populares em atuação no Brasil e na América Latina e tem como objetivo propor um debate sobre o futuro do jornalismo e seu papel nas sociedades brasileira a partir da perspectiva popular, tendo a diversidade como premissa para abordar todos os temas. Qual jornalismo queremos? Esta é a pergunta que orienta os conteúdos do FALA!.

Participantes:

Rosane Borges - jornalista, doutora em Ciências da Comunicação, professora colaboradora do Colabor (ECA-USP), pesquisadora na área de comunicação, imaginários, política contemporânea, relações raciais e de gênero, conselheira de honra do Coletivo Reinventando a Educação, integrante do grupo Estética e vanguarda do CTR (ECA-USP), articulista da revista Carta Capital, do blog da Editora Boitempo. Autora de diversos livros, entre eles: Espelho infiel: o negro no jornalismo brasileiro (2004), Mídia e racismo (2012), Esboços de um tempo presente (2016).

Antonio Junião - formado em Artes Visuais pela Unesp/Bauru, trabalha com jornalismo ilustrado desde 1994. Atuou como designer e cartunista em veículos como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Veja e Courrier International (França). Ganhou o Salão Internacional de Desenho para Imprensa de Porto Alegre, em 2011, o prêmio Vladimir Herzog de 2005 e menção honrosa em 2006 (categoria artes), além do prêmio de cartuns sobre Aids do Ministério da Saúde, em 2004. Em 2018, seu livro infantil ‘Meu Pai Vai Me Buscar na Escola’ foi para escolas e bibliotecas públicas do país pelo programa PNBE2018. Tem textos publicados em livros coletivos no Brasil e Alemanha. Mora em São Paulo, e atualmente é Diretor de Arte e Coordenador de Projetos na Ponte Jornalismo.

Elisa Lucinda - graduou-se em jornalismo e exerceu a profissão até 1986 quando mudou-se para o Rio de Janeiro com a disposição de se tornar. Desde então, atua no teatro, cinema e TV. Em 1994 publicou seu primeiro livro de poesias, "O Semelhante", que foi o embrião da peça de mesmo nome, que esteve em cartaz por mais de seis anos no Brasil e no exterior. Nela, entremeava seus versos com uma conversa com a plateia. No mesmo formato, apresentou outras peças, tendo, inclusive, participado do Fórum Internacional de Culturas, em Barcelona, nos meses de junho e julho de 2004, onde foi aplaudida pela crítica e pelo público. Além de popularizar a poesia pela maneira coloquial de escrevê-la e declamá-la, sua presença única, tanto no palco como na tela, sempre é marcante, tanto que cativou o público com sua voz ao viver a cantora Pérola na novela Mulheres Apaixonadas.

Apresentação e mediação:

Adriana Reis Paulics - jornalista graduada pela Faculdade Cásper Líbero (1997-2000), com pós-graduação em Jornalismo Social pela PUC-SP. Mestranda no programa de Educação: Currículo da PUC-SP, com pesquisa sobre as conexões entre Jornalismo e Educação, é editora da Revista E, publicação mensal do Sesc São Paulo. Tem passagens como repórter por periódicos paulistas, como jornais Diário Popular, Gazeta Esportiva e Agora S. Paulo e a revista Raça. Integra a equipe de funcionários do Sesc desde 2007.

24/10, sábado

O audiovisual por um fio

Um olhar crítico sobre as questões de produção, exibição e distribuição audiovisual; fluxo e antifluxo; as linguagens modernas por um fio; um panorama de 360º da nova realidade, plataformas, mídias e diversidade de públicos.

Participantes:

Bia Ambrogi - idealizadora e sócia fundadora da InnSaei.TV, plataforma de streaming, e da produtora InnSaei, empresa prestadora de serviços de áudio para cinema, TV, Games, VR (Realidade Virtual) e publicidade.

Mary Gatis - artista de novas mídias, VJ, diretora de videoclipes, integrante do coletivo de artes visuais VJs Retinantz. Desenvolve projetos de videocolagem e videocenografia na área de música, teatro e TV.

Ana Julia Travia - diretora, roteirista e montadora. Faz parte do coletivo de artistas negros "Legítima Defesa" e é um dos talentos no Projeto Paradiso. No último Festival de Cinema de Gramado, ganhou um Kikito de ouro pelo curta "Você tem olhos tristes"

Mediação:

Lucila Meirelles - videoartista, diretora de vídeo e TV e mestra em Artes Visuais. Realizou vídeos experimentais que ganharam prêmios nacionais e participaram de mostras internacionais. Ganhou a Bolsa Vitae, Bolsa Antorchas e o Programa Transmídia do Instituto Itaú Cultural.

Apresentação:

Solange Alboreda - doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, curadora de cinema ambiental e técnica do SescTV.