É
possível lutar pela cultura em um ano como 2020? Para a Mostra Tiradentes em
Cena, não só é possível, como é extremamente necessário. A verdade é que a
pandemia do coronavírus mudou tudo e obrigou todos os setores, inclusive o
cultural, a repensarem cada uma das suas atividades. A produção teatral, por
exemplo, ficou invariavelmente desfalcada e precisou migrar para o cenário on-line.
E é justamente nesse cenário diferente, e com parte da audiência canalizada no
virtual, que as cortinas do festival de ares cênicas irão se abrir.
Durante
quatro dias, entre 18 e 21 de novembro, o público poderá apreciar apresentações
dos mais variados gêneros. Espetáculos, música, dança, exposições, oficinas,
intercâmbios e rodas de conversas irão estimular a reflexão do pensamento e a
divulgação da arte.
Além
do mais, o evento chega também, nesta edição, para homenagear a atriz e
fundadora do Grupo Galpão, TeudaBara, que completará 80 anos em janeiro
próximo. Portanto, o público poderá assistir ao espetáculo solo Luta, que será
transmitido no canal do Tiradentes em Cena no YouTube. Visitando suas memórias,
a atriz, em cena, ficcionaliza sua trajetória, cria imagens, conta casos e
elege a “Luta” como alegoria para o teatro e a própria vida.
Ainda
para prestar a homenagem, será exibido um bate-papo inédito com o escritor e
jornalista João Santos sobre o livro Comunista demais para ser Chacrete, do
qual ele é autor. A obra é uma publicação da Editora Javali e traça um perfil
biográfico de Teuda.
Os espetáculos que fazem parte da
oitava edição
A
programação da 8ª edição da mostra vem recheada de espetáculos dos mais
variados gêneros e apresentações em diferentes espaços virtuais e físicos. O
Largo do Museu de Santana será palco para a peça sobre a vida e obra de Solano
Trindade, poeta e fundador do Teatro Popular Brasileiro. A dramaturgia é de
Elisa Lucinda e da diretora Geovana Pires, e a interpretação de Val
Perré.
O
sobrado Aimorés recebe Prazer é Todo Nosso com Juliana Martinse. A Performance
999 acontece no Beco da Igreja São João Evangelista com Carolina Correa, atriz,
diretora, performer e Coordenadora Internacional do Corredor Latinoamericano de
Teatro.
Na
dança, o Alto do São Francisco será palco para a professora Renata Mara,
certificada pela Dance Ability International Foundation, sendo referência em
práticas e estudos ligados à arte, educação, inclusão e acessibilidade.
O
Tiradentes em Cena também abrigará a estreia oficial do monólogo Parece que foi
Ontem, da Trupe Ventania, de Passos, que acontecerá em casarão na Rua Direita. Além
disso, haverá palhaçaria para alegrar a criançada. A agenda permeia o tema amor
e traz a tona temas como racismo, inclusão, liberdade e resistência.
Já no meio digital, algumas
apresentações de destaque são: Pandas
ou Era uma Vez em Frankfurt. A peça
conta com um texto ágil, forte e provocativo, onde os dois atores e o diretor
dominam o jogo cênico através da web conduz o público a uma verdade cênica poucas vezes experimentada,
via Zoom.
O
Tempo, solo de Monique Vaillé, será transmitido pelo Instagram oficial do projeto. O espetáculo conta a história de uma mulher em crise existencial
que reflete sobre a vida e suas escolhas, tentando priorizar seus desejos e se
conectar ao tempo presente. Já O amor faz-me fome é um trabalho da Cia Mineira
de Teatro, inspirado no livro Jóquei, da poeta portuguesa Matilde Campilho, e
produzido durante o período de quarentena. A transmissão do drama será pelo
canal no YouTube.
Para
conferir a programação completa, e os locais de transmissão, acesse o site oficial da iniciativa.