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Filarmônica apresenta concerto "Era uma vez a harpia", com a harpista Clémence Boinot

Sala Minas Gerais

Filarmônica apresenta concerto "Era uma vez a harpia", com a harpista Clémence Boinot

Evento encerrado
  • Gratuito

Data

13/05/21 até 13/05/21

Qui | 22:30 - 00:30


Créditos da imagem: Bruna Brandão

Com regência do maestro Fabio Mechetti e solo da harpista Clémence Boinot, que interpretará o 'Concerto para harpa e orquestra de Villa-Lobos', a apresentação desta quinta-feira (13) da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais também destaca a famosa ópera 'João e Maria, de Humperdinck', e a 'Primeira Sinfonia de Bruckner'. O concerto começa às 20h30, na Sala Minas Gerais, e terá transmissão ao vivo aberta a todo o público pelo canal da Filarmônica no Youtube.

Durante a apresentação, haverá um intervalo de 20 minutos, quando serão realizados os Concertos Comentados, palestras em que especialistas destacam o repertório da noite. A curadoria do projeto é de Werner Silveira, e o convidado do concerto do dia 13/5 é o maestro e diretor artístico da Orquestra Sesiminas Musicoop, Felipe Magalhães.


Repertório

Elgelbert Humperdinck (Siegburg, Alemanha, 1854 – Neustrelitz, Alemanha, 1921) e a obra João e Maria: Prelúdio (1890/1893)

“Às margens de uma extensa mata existia, há muito tempo, uma cabana pobre, feita de troncos de árvore, na qual morava um lenhador com sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria”. Foi baseado nesse Era uma vez na versão dos irmãos Grimm que Engelbert Humperdinck escreveu sua adorada ópera, a pedido da irmã Adelheid Wette, autora do libreto. Aluno dedicado de Richard Wagner e assistente do compositor em Bayreuth, Humperdinck criou João e Maria sem deixar nada a dever à música sofisticada de seu mestre, mas buscando uma leveza e um charme que lhe eram particular, inclusive com pitadas de humor. Richard Strauss ficou encantado com a ópera, conduzindo a estreia em 1893 em Weimar.

Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, Brasil, 1887 - 1959) e a obra Concerto para harpa (1953)

Em 1948, envolvido em um atarefado circuito de concertos entre o Brasil, Estados Unidos e Europa, Villa-Lobos sentiu-se doente. Em 9 de julho, internou-se no Memorial Hospital, em Nova York, para tratar um grave câncer na bexiga. Depois de uma bem-sucedida cirurgia, Villa-Lobos pôde continuar, durante onze anos, a levar uma vida ativa e criativa. Embora sob vigilância médica constante, seguiu com entusiasmo nas atividades de regência e produção de inúmeras obras, algumas bastante difíceis. Além de quarteto de cordas e sinfonias, ele também compôs obras para instrumentos solo e orquestra. Não se sabe se tal produtividade advinha de um forte impulso criativo ou da necessidade de ganhar meios para sustentar os caros tratamentos médicos. Autoridades brasileiras, muitos amigos e até o Vaticano vieram ao encontro do artista, encomendando obras. O Concerto para harpa é desse período. Composta em 1953, é a única obra feita por Villa-Lobos para este instrumento e foi escrita para o amigo Nicanor Zabaleta. Sua estreia se deu em janeiro de 1955 com a Orquestra da Filadélfia, sob a regência do compositor.

Anton Bruckner (Ansfelden, Áustria, 1824 – Viena, Áustria, 1896) e a obra Sinfonia nº 1 em dó menor (Versão Linz 1866, Cahis 2) (1866)

Anton Bruckner compôs sua Sinfonia nº 1 entre janeiro de 1865 e abril de 1866 e conduziu sua estreia em Linz, em 1868. A composição se iniciou logo após uma performance da ópera Tannhäuser, de Wagner, em Linz. O impacto dessa experiência deixou alguns traços visíveis na partitura, como, por exemplo, próximo ao fim do primeiro movimento, no tema grandioso apresentado pelos trombones sobre um acompanhamento de figuras rápidas nas cordas, que evoca o Coro dos Peregrinos de Tannhäuser. Essa referência dramática a Wagner foi observada pelo regente Hans von Bülow, a quem Bruckner apresentou sua partitura, logo após a estreia de Tristão e Isolda, em Munique. Entre os traços estilísticos das sinfonias de Bruckner, observam-se as suaves aberturas de cordas contrastadas com os súbitos corais fortissimo dos instrumentos de metal, seguidos por um compasso de pausa e, ocasionalmente, por duetos entre violinos e trompas. Outra ideia recorrente em suas sinfonias é a repetição incessante de um padrão rítmico-intervalar, habitualmente em contraponto, inicialmente com dinâmica piano e, progressivamente, aumentando a tensão com ritmos mais rápidos, ampliação intervalar, evolução para o agudo e crescendo dinâmico/orquestral. Essa técnica direciona fortemente a escuta para os tutti, que atuam como pilares da arquitetura formal. Também é frequente a escrita em blocos, caracterizada pela alternância de breves fragmentos musicais entre os naipes de cordas, madeiras e metais. A Sinfonia nº 1 em dó menor segue o modelo característico adotado por Bruckner, com quatro movimentos. O movimento inicial é um Allegro em forma sonata. O segundo movimento é o primeiro dos grandes Adagios de Bruckner e desenvolve uma escrita harmônica bastante cromática. O terceiro, Scherzo, inicia-se com um acompanhamento típico em acordes pulsados e a melodia com caráter de dança popular. O quarto movimento é um Finale movido.

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